terça-feira, 27 de outubro de 2015

Sicario

               Vendo “Sicário, Terra de Ninguém”(no Mexico o nome quer dizer matador) com a protagonista fumando um cigarro atrás do outro penso em como se combate as drogas e se deixa livre uma das mais perigosas: o tabaco (o cigarro). Também se dá sinal verde à bebida alcoólica. E no caso das drogas pesadas, como cocaína, o contrabando leva a dimensões fáceis de compreender: os policiais que devem combater o trafico na verdade lutam contra concorrentes de quem os paga, sabendo-se que não devem ganhar um terço do que podem receber dos traficantes.
               O roteiro de  Taylor Sheridan ambienta a ação na fronteira do México com os EUA. Uma policial, Kate (Emily Blunt) é designada para acompanhar uma força tarefa que visa encontrar o chefe da quadrilha que vende drogas a partir do México ( e por sua vez da Colômbia) isto depois dela encontrar com seu grupo armado muito corpos em estado de putrefação, cobertos de capas plásticas, em uma casa na região desértica.
            O tipo que mais impressiona, e logo de entrada, é Alejandro(Benicio del Toro). Na reunião em que se apresenta Kate e um colega, ele é o único elemento “mal vestido”. E usa barba mal feita, além de aparentemente não possuir humor(jamais ri).
            Há outras figuras em cena mas o que importa é a mocinha audaz e correta em seus deveres e o homem que se apresenta como policial e se desconfia de suas atitudes nem sempre bem posicionadas.
            Com uma fotografia que joga a luz em momentos certos, trabalho de Roger Deakins, que esteve com o diretor em “Suspeitos”, além de uma produção que exibe o ambiente de modo a deixar a impressão de um documentário sobre o tema (magnifica direção de arte a cargo de Bjarne Sletteland e Paul Kelly, com edição caprichada de Joe Walker ,de “12 Anos de Escravidão”) o filme emociona. Vê-se de um folego. E nota máxima para Emile e Benicio. Há um momento, quase no final,que exige da atriz tem de lançar mão de mais de uma expressão (medo e raiva). Não é fácil e ela dá conta.

            Um dos melhores exemplares em torno de um tema que parece gasto pelo uso. Ponto para o diretor canadense Denis Villeneuve. E para a gente aqui, da Belém que via de regra fica ausente dos lançamentos em circuito comercial.

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