terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O Filme do Natal


                “A Felicidade Não SeCompra”(It’a Wonderful Life/1946) não foi feito para ser o que se transformou: filme de Natal. Frank Capra voltara da guerra onde filmou a série “Why we Fight”, e, criando a empresa Liberty com os colegas George Stevens e William Wyler, tendo ainda John Huston no pé, ganhou o sorteio para ser o primeiro a filmar na sua nova casa. Como nessa época o seu roteirista predileto Robert Riskin estava ocupado, contratou a dupla Frances Goodrich e Albert Hacker, usando a idéia de Philippe Van Doren Stern que aludia a um Natal onde a pessoa descobria o quanto faria falta aos amigos se não tivesse nascido. O roteiro final ganhou assinatura também de Capra(o único em sua carreira). Curiosamente o filme não fez sucesso e ele chegou a fazer campanha publicitária em pequenas cidades norte-americanas voando com o piloto James Stewart (aqui em seu melhor papel frente à câmeras).

                Eu descobri este autentico classico quando tinha 10 anos de idade. Escrevi a Capra dizendo de minha admiração. Ele respondeu. E mantivemos uma correspondência por algum tempo. Nessa época o filme já estava em reprise por Belém e eu, com perto de 30 anos, ficava admirado com a gentileza do cineasta que, inclusive, me convidara para assistir a entrega dos Oscar de 1966.Não fui e o amigo Edwaldo Martins, que na época sonhava em ver a festa da Academia de Hollywood, não perdoou minha falta (por sinal que cheguei a escrever para Harry Stone, que representava Hollywood no Brasil, e ele respondeu alegando que era difícil hospedagem em Los Angeles nessa época – fato que depois Capra afirmou que ao me convidar tinha a hospedagem implicita).

                Capra morreu com 94 anos em 1991. Consegui copias do filme em película de 35mm(que Alexandino Moreira exibiu no Cinema I) e  16mm. Fita VHS, dvd e bluray. Vejo-o sempre nos finais de ano. E a cada visão me emociono com uma narrativa exemplar de uma trama rica em valores humanos.

                “A Felicidade Não se Compra” que Capra gostaria de usar como titulo no lugar de “É Uma Vida Maravilhosa”, foi redescoberto pela TV  e virou o filme de Natal em toda parte. Hoje é um tido como legitima obra-prima. Através dele mantenho minha paixão pelo cinema. Este ano vai de novo ao cine Olympia de Belém. E aqui estreou em 1947 nos cinemas Moderno e Independência distribuído pela RKO Rádio.

               

2 comentários:

  1. Pedro,

    Que lindo texto...

    Confesso que conheci "A Felicidade não se Compra" por intermédio de teus textos quando tinha aproximadamente dezesseis anos.

    Lembro-me que minha primeira "Felicidade Não se compra" foi acompanhado de minha namorada, hoje esposa - sim, tenho uma parceira na vida e nas idas ao cinema.

    Com ela, eu fui ao cinema 4, creio que em um sábado, e lá loquei o filme. Ao chegarmos na casa da mãe dela prontamente assistimos ao filme... Simplesmente belíssimo.

    Hoje, com 34 completados no último sábado doze,continuo a emocionar-me com a história de George Bailey, sem sombra de dúvidas um sujeito humilde e relevante na vida alheia (o que todos deveríamos todos ser, de uma forma ou de outra na vida do outro).

    Eu espero poder está presente no Cine Olympia no próximo dia 20 de dezembro para poder apreciar esta obra-prima.

    Abraços!
    Carlos Lira

    PS.: Nunca pude te agradecer pela indicação do filme... Mas hoje posso. Obrigado, Pedro!

    ResponderExcluir
  2. Pedro,

    Que lindo texto...

    Confesso que conheci "A Felicidade não se Compra" por intermédio de teus textos quando tinha aproximadamente dezesseis anos.

    Lembro-me que minha primeira "Felicidade Não se compra" foi acompanhado de minha namorada, hoje esposa - sim, tenho uma parceira na vida e nas idas ao cinema.

    Com ela, eu fui ao cinema 4, creio que em um sábado, e lá loquei o filme. Ao chegarmos na casa da mãe dela prontamente assistimos ao filme... Simplesmente belíssimo.

    Hoje, com 34 completados no último sábado doze,continuo a emocionar-me com a história de George Bailey, sem sombra de dúvidas um sujeito humilde e relevante na vida alheia (o que todos deveríamos ser, de uma forma ou de outra, na vida do outro).

    Eu espero estar presente no Cine Olympia no próximo dia 20 de dezembro às 16 horas para poder apreciar esta obra-prima.

    Abraços!
    Carlos Lira

    PS.: Nunca pude te agradecer pela indicação do filme... Mas hoje posso. Obrigado, Pedro!

    ResponderExcluir