Do programa de filmes novos espanhois que chega agora ao
nosso centenário Olympia destaco “Flores”(Loreak) de José Mari Goenaga
(exibição dias 22 e 23). Trata de uma senhora que recebe regularmente
ramalhetes de flores sem qualquer indicio de remetente. O marido dela quer
explicações mas não importa: as flores continuam a chegar e a remessa acaba se
relacionando com outro casal, revelando possivelmente a origem com a morte de
uma personagem.
O filme não é só um enigma poético nem desvia para um
argumento policial. É um estranho quadro de tipos e sentimentos visto de forma retilínea,
sem flashbacks, sem alusões analíticas de personagens.
O já visto aqui “Pecados Antigos”(La Isla MInima) mostra
como o espanhóis fazem bem o “noir” que o americano ( e o francês) jogou na
historia do cinema. Os demais filmes mostram um artesanato moderno por assuntos
nem sempre bem explorado. Menos “Ártico” que me pareceu tão distante do
espectador como o nome no cenário rural (e/ou suburbano) evocado.
Interessante ver como o cinema da Espanha evoluiu da
ditadura Franco, quando se limitava aos artistas mirins como Joselito e Marisol
e só desviava para o melodrama com Sarita Montiel e provocava a censura com
Buñuel logo em transito para o México(o clássico “Viridiana” que irritou o “generalíssimo”
quando ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes).
Vale a pena conhecer esta nova fase de uma cinematografia
que sabe explorar o seu quadro geográfico ( uma beleza os grandes planos
regionais).
Gostei e Flores falado eu eureska o idioma do Pais basco
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