O filme de Tim Burton “O
Lar das Crianças Peculiares”(Miss Peregrine’s Home for Peculiars Children)deriva
do livro de Ransom Riggs com roteiro de Jane Goldman.Para o trabalho o
diretor usou uma cenografia modelar e atores como os veteranos Terence Stamp,
Judi Dench,Samuel L.Jackson e Rupert Everett, ao lado de novatos como Asa
Butterfield o garoto de “...Hugo Cabret” o filme 3D de Martins Scorsese.
Não conheço o original, mas pelo
filme penso que o roteiro tomou liberdades que o fizessem mais vendável. De
base fica a ideia de que o mundo da infância, gravado na memória, luta contra a
realidade que domina a idade adulta. São respectivamente os peculiares de miss
Peregrine(Eva Green) e os monstros guiados por Barron (Samuel L.Jackson) . Nesse
quadro o jovem Jake(Asa) se impressiona com as historias do avõ(Stamp) e quando
este morre de forma misteriosa ele virtualmente se transporta para a ilha que o
velho lembrava, ganhando uma fenda nesse terreno e indo encontrar um prédio em
ruinas que logo se recompões saindo do que aconteceu em 1943 quando bombardeios
alemães o destruíram, mantendo-se incólume num hiato temporal que significa a
perenidade da inocência infantil, enfim a base para ser uma criança peculiar.
O final é
que dispara contra a base poética dos mundos antagônicos que se digladiam com
os anos.Passa a um caráter “realista” e transforma a viagem no tempo perdido em
uma aventura com bandidos e mocinhos a ganhar até mesmo um beijo final.
Não sei se
Ramson Riggs pensou assim. O que fica é a imposição comercial que deixou a Tim
Burton apenas a fantasmagoria que lhe é cara, retratando os feiosos vilões e as
crianças vestidas de branco com uma orientadora com jeito de fada que se
transforma em pássaro. Nem sei se o autor pensou no romance de uma adolescente fantástica
com o rapaz que surge de visita à sua morada e acaba lhe acompanhando por um metafórico
circo londrino que serve de escape aos “peculiares” indo acabar no tombadilho
de um navio como aquela dupla do “Titanic”. Enfim, o filme foi feito para
divertir e usar o recurso da 3D para dar ênfase ao fantástico mui caro ao
diretor. Uma pena, pois quem tem mania de pensar vendo cinema queira mais...
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