quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Aliados

                Vendo “Aliados”(Allied) a gente pergunta como Robert Zemeckis, diretor de sucessos populares (e de critica) como “Forest Gump” e “Naufrago”, foi se deixar seduzir pela historia de Steven Knight sobre um casal de espiões na França ocupada pelos alemães durante a 2ª.Guerra Mundial. Teria sido pensando em “Casablanca”, afinal o filme eleito pelos espectadores americanos como “o mais querido de todos os tempos”(ou o berço do que se chama “cult movie”) e no carisma de Brad Bitt aliado à Piaf do cinema, Marion Cottilard ?Também pesaria o fato de que Pitt se separara de Angelina Jolie a reforçar boatos de que a culpa esteve a partir das cenas amorosas do filme de Zemeckis, possivelmente emendadas com caricias fora das câmeras. Enfim, havia proposta comercial capaz de cobrir o custo de 80 milhões e a ousadia de filmar em estúdios como nos velhos tempos, usando uma direção de arte capaz a cargo do experiente Anthony Caron-Delion e mais o figurino de Joanna Johnston que é candidato ao novo Oscar. Mas não deu certo. O filme não chegou ao grupo de favoritos do box-office e a critica viu um diretor sem rumo numa historia banal.
                Pitt faz o espião canadense Max Vatan que se junta à experiente na resistência francesa ao domínio alemão. Marianne Beausejour(Marion Cotillard). Os dois chegam a matar muitos alemães inclusive uma autoridade numa reunião de cúpula. Mas há uma sombra levando a se pensar que Marianne é na verdade uma espiã nazista. E quando a situação engrossa a suspeita fica com o espectador a “torcida” se a garota (já mãe de um filho do colega) é mesmo “quinta coluna”(como se chamava simpáticos ao time de Hitler).
                O filme é desse que repousa no final. Conta-lo ao espectador é desmanchar o único prazer que ele traz. Digo único pois ninguém funciona a contento. Pitt está apático. Marion tenta impor seu tipo(e está acima da linha baixa) e o roteiro acadêmico não estimula até que alcance a suspeita de quem é quem na historia.
                Creio que Zemeckis foi vitima de uma ambição advinda do que se desejava nos antigos estúdios, na época que se retratou em “Barton Fink” onde tudo era armado pela “fabrica”em função de quanto cairia no gosto de grandes plateias. Chega a ser percebida a influencia de “Casablanca”. Mas falta Claude Rains expondo cinismo até quando anuncia amizade com Bogart (cena que muita gente achou uma cantada homo).

                “Aliados” só ganha circuito de shopping em Belém porque a produção ainda espera receptividade no “resto do mundo”. Quem admira Zemeckis deve sentir que a coisa ficou insuficiente. Tanto que a gente pensa como Brad Pitt se comportaria numa ilha deserta como Tom Hanks. No caso a bola de vôlei que Hanks fazia de Sexta Feira na lembrança de Robinson Crusoe seria objeto de masturbação. 

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