“Estrelas Além do Tempo”(Hidden Figure) baseia-se no livro
de Margot Lee Shaterley,afinal a produtora do filme. Allison Schroeder e Theodore
Melfi cuidaram do roteiro e ao que dizem enxertaram ficção a ponto de tornar
mais viável em termo de cinema-espetáculo a historia de 3 mulheres negras que
trabalharam na NASA e uma delas foi a responsável pelo êxito do vôo pioneiro de
John Glenn.
O filme dirigido por Theodore Melfi é candidato a 3
Oscar(filme, atriz e roteiro adaptado) e não se exime de uma linguagem linear
que privilegia a odisseia de Katherine (Taraji P.Andersen), excelente
matemática que por sua qualidade na matéria ganha posto no programa de vôo
espacial que na época(1963)lutava para superar o feito dos russos que
inauguraram a estada em orbita da Terra com Yuri Gagarin.
Não conheço o livro original e não sei, portanto, até que
ponto entrou o preconceito com mulher negra na equipe de técnicos espaciais
formada por homens brancos. Mas o argumento não fica em Katherine, chegando às
amigas Dorothy e Mary Jackson, todas igualmente negras e estudiosas em contas
& tecnologia.
A opção por uma linguagem cativante leva a critica ao
preconceito racial e também ao papel da mulher numa instituição criada por
homens. As atrizes dão bem o recado e o espectador sai do cinema crente de que
se não fosse por Katherine o piloto da capsula Mercury, que ela chegou a
conhecer e se mostrou simpático à sua atuação, teria queimado ao reentrar na
atmosfera da Terra. Mesmo assim há suspense na hora da reentrada com o
aquecimento do material ganhando limites do suportável.
Nada de obra-prima cinematográfica. Apenas um filme bem
feito industrialmente sobre um fato histórico. No panorama atual da exibição
comercial isto quer dizer muito. E surpreende ele chegar à Belém ganhando todas
as sessões de uma sala do Cinepolis Boulevard em copia legendada. É para o fã
agradecer de joelhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário