‘Moonlight, Sob a Luz do Luar”(Moonlight) encara
corajosamente (em especial nessa era Trump) dois preconceitos : negro e
homossexual. Com roteiro do próprio diretor,Barry Jenkins, trata de um menino,
depois adolescente,depois homem feito(três atores), que sempre se viu “diferente”
e por isso alvo de bullyng.Como ele é focalizado, nos diversos tempos da vida e
no relacionamento com diversas personagens, a começar com a mãe que não lhe
devota muitos cuidados e diz achar que ele “se safa de problemas”, é a métrica do
enredo que deriva de um texto escrito por Tarell Alvim McCraney (uma peça
teatral).
O filme não é apenas um desafio temático ou uma resposta dos
autores ao olhar preconceituoso (e violento) de tantos de tantas etnias (pois há
preto que trata mal preto e homossexual que critica parceiros de opção)_. É um
quadro muito delicado de um (ou mais) problema. Vai no plural pois focaliza também
a mãe prostituta, a miséria reinante, a violência que palmilha o quadro social.
Diz-se que Moonlight (Luz da lua) deriva de um conceito evocado
pelo tipo vivido por Mahershala Ali que está na peça original: “Sob a
Luz da Lua, Garotos Negros Parecem Azuis” . Não seria apenas uma visão homogênea
da espécie mas um aceno poético por sobre um conceito racial. Ouvindo isso, o
garoto Little (Alex Hibbert) poderia ser estimulado na sua busca interior,
achando-se “diferente” sem aquilatar como ou por que.
Há momentos inéditos no
cinema americano, como jovens e homens negros se beijando. Imagino como isso
seria um escândalo na época do cinema em que brancos se pintavam de negros para
certas sequencias filmadas. Agora mesmo vi uma comédia curta de Hal Roach com
Harold Lloyd, feita em1920, que os negros eram pândegos. Há inclusive um
garotinho negro brincando de fantasma. Por avançar no terreno do preconceito e
por fazer um cinema artesanalmente interessante, “Moonlight” ganha lugar na
história. Não é, por certo, o filme de grande plateia internacional, mas é o
programa diferente que muitos pedem. E felizmente é lembrado para o Oscar
embora não me pareça capaz de prêmios dos acadêmicos de Hollywood.
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