“Jackie”(em cartaz em algumas salas de shopping fora de
Belém) é o que certamente Natalie Portman esperava para bisar o Oscar (ela
ganhou por “Cisne Negro”). Em tom documental o roteiro de Noah Oppenheim segue
Jacqueline Kennedy nas horas que seguiram a morte do marido dela, o presidente
John Kennedy, deixando sentir o pesar de deixar a Casa Branca que ela decorou
pensando em passar ali por dois períodos
de mandatos do marido. O filme dirigido por Pablo Larrain centraliza a ação na viúva
que mal pode esconder o desespero que lhe deixou o momento do atentado em Dallas
quando JFK foi alvejado mortalmente. Quase toda a ação se passa entre paredes
da mansão presidencial e a câmera usa e abusa da atriz,ora em plano-conjunto
ora em closes, autorizando expressões que fogem de um esquema teatral no modo
como se mostra adiante das câmeras.
O filme
não prossegue na historia de Jackie Kennedy, muito menos no fato dela, anos
depois, ter casado com um milionário grego (virando Jaqueline Onassis). Também não alcança o mapa de tragédias que a família
Kennedy viveu, seja a partir do cunhado da personagem, Bob(assassinado pouco
tempo depois do irmão) ,passando pelos filhos (o pequeno John, já adulto,
morreria num desastre de aviação em que ele mesmo era o piloto). Dessa forma
não interessa a capacidade de Jackie em “dar a volta por cima”. O que se mostra
é o comportamento dela na hora em que deixava de ser primeira dama dos EUA. E
Natalie Portman deixa que se pense numa vaidade acabada, no inconformismo da
ainda jovem que perdera o esposo rico e famoso de forma brusca.
Natalie
toma conta do papel e chega a lembrar fisicamente o tipo que interpreta. Uma
pena que o filme não chegue à Belém na versão original onde se possa ouvir a
voz da atriz, expondo os tons de desespero. Eu imagino de como a dublagem deve
transformar o quadro dramático num espaço cômico...
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