segunda-feira, 22 de maio de 2017

A Cabana

                O sucesso popular do filme “A Cabana”(The Shack) moldado no livro de William P.Young e Wayne Jacobsen é invulgar quando se observa que numa praça como Belém, onde a carreira de filmes ambiciosos comercialmente não foge a 3 semanas em cartaz, ganha mais de um mês nas salas de shopping ficando, por exemplo, em todos os horários do maior espaço de uma delas por cerca de 5 semanas.
                Eu andava curioso em saber por que tanta gente gostou tanto do trabalho do diretor Stuart Hazeldine, sabendo, naturalmente, que a predileção cabe ao que se conta no livro, um desses best-sellers a lembrar  “Crepúsculo”, “...Tons de Cinza “e outras historias românticas com  toque de fantasia.
                Vendo o filme pensei até que a produtora fosse a Graça, especializada em obras religiosas. Um marido e pai tirano(Mack / Sam Worthington), no inicio da narrativa é apresentado como violento contra a mulher e o filho adolescente (o casal tem mais duas meninas). Logo a historia passa para a menina menor que num piquenique fica impressionada com uma historia de princesa que se atira numa cachoeira contada pelo pai. E esta menina desaparece. Ao mesmo tempo em que o filho quase morre afogado. Resumindo: a  garotinha é assassinada por um psicopata, o pai recebe uma carta dizendo que pode encontrar vestígios dela numa cabana na floresta.Nesta cabana ele  vai achar Deus. Só que Deus é Pa, uma mulher negra(papel de Octavia Spencer que a pouco havia feito uma das funcionarias da NASA em “Estrelas Além do Tempo”). Há o filho dela, um Jesus com cara de hippie (Avrahan Aviv Alush) e ainda  uma lembrança do Espirito Santo(Samire Matsubara).  O encontro com a divindade leva às confissões e redenção do personagem antes “durão”.
                É uma senhora dose de religiosidade não necessariamente dogmática. Não li o livro mas quem leu fala de momentos dramáticos que sensibilizam o leitor desde que ele seja um crente. O filme não me parece dessa forma. É de uma pieguice notória e não se desenvolve de forma criativa, enfatizando planos como um quadro de flores ou um céu estrelado como visões do Bem, uma alegação tão ingênua como os diálogos que diluem a problemática mais densa que cerca a vida do herói da trama.

                O tipo do filme para as choradeiras de plantão. Podia ser produção da Graça que não fazia feio com os espectadores dessa firma religiosa que vende bem em dvd.

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