Criaturas
extraterrenas são vilãs de filmes desde a época dos seriados. A vez de Alien,
um monstro gosmento que se insere numa espaçonave e vai dizimando astronautas
deu em série que ainda não acabou. Ridley Scott fez fortuna com este bicho e
James Cameron dirigiu o melhor da franquia, antes de se consagrar como o
timoneiro de Titanic. Agora com “Vida”(Life) o sueco Daniel Espinosa dá nome à
pátria de seu alien, um marciano, e o apresenta como o resultado de um tecido
encontrado no planeta vermelho e ampliado na estação espacial que estuda sua
composição físico-química transformando-se no vilão que vai atacando os
terrestres que lhe dão chance de multiplicar suas células.
Basicamente
nada de novo. Mas o filme escrito por Rhett Reese e Paul Wernick tem não só
ritmo como pelo menos uma surpresa. É tão bem conduzido que por mais banal que
possa parecer o enredo não há quem não se espante na plateia do cinema e no fim
da sessão deixe aplausos.
O que
me fez não colocar este “Vida” no rol dos clássicos de um gênero é sucumbir ao
modismo de exibir ruídos no espaço sideral. Tudo bem que muito se deve à trilha
sonora, exacerbada na pretensão de fazer suspense. Mas ainda assim há momentos
em que sons de choques no vácuo derrotem a noção cientifica de que isso não se
produz além da atmosfera. Lembro mesmo que só Stanley Kubrick com o seu
antológico “2001” mostrou um espaço mudo, ganhando todo o teor emocional que
outros propuseram como se vê na cena em que o astronauta tenta entrar na sua
nave-mãe e é obstado pelo computador-vilão. Tenho certeza de que a ausência de
som em momentos de “Vida” seriam mais estimulantes do que acordes usados em
filmes de terror rotineiros.
Afora
esse pecado sonoro o filme de Espinosa me surpreendeu. E seu fecho me pareceu
um dos mais criativos da historia do gênero. Um momento que ficou isolado mas
que pode fazer parte de uma obra-prima.
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