O filme
“Autopsia”, no original “Autopsy of Jane Doe”, começa errando em trocar
necropsia por autopsia. No meu tempo de
faculdade de medicina um professor discorreu sobre esta gafe afirmando que não
se pode fazer exame cadavérico de si mesmo (auto). O “necro” é o certo. Mas o
roteiro do filme dirigido por Andre Ovredal escrito pela dupla Ian Goldberg e
Richard Naing fica por aí mesmo porque nada tem de aula de anatomia patológica.
O enredo trata de um cadáver de mulher que chega à uma funerária do interior de
um estado norte-americano para que os anatomistas, pai e filho, saibam de que a
jovem morreu (e se possível quem ela é). Os homens se espantam quando,depois de
retirado o coração e os pulmões,observam, no cérebro, uma vascularização absolutamente
improvável. Depois é que descobrem, lendo um papel encontrado miraculosamente
no estomago da mulher, que se trata de uma feiticeira de Salem, casta lendária
por sua magia de fazer inveja a qualquer herói da Marvel.
Não
adiante subterfugio: o filme termina por falta de personagens. Todos acompanham
a bela defunta que, no fim das contas, nada tem de defunta (mesmo sem órgãos
vitais).
O
objetivo é o terror. Não faltam os acordes em certos momentos e caras feias que
vão de corpos mutilados a caretas dos vivos. Eu pensei que a trama ficasse no
ato de abrir um corpo, na explicitude do exame cadavérico. Não é. É terror de
almanaque, com ligeiras inovações que cabem mais da ausência de efeitos de CGI.
Felizmente
é um filme B, de menos de 90 minutos, que escapa da fauna de monstros que
atualmente “moram”em outros planetas(olhem aí o novo Alien). Não cansa,não
macula o bom senso nem é mal feito. Não vale é, como eu fiz, buscar uma copia
legendada longe de onde eu moro .O melhor mesmo é esperar a edição em dvd.Ou
baixar a coisa. Não dá em maldição de bruxa...
É um filme honesto. Foi desta forma que o vi. Achei o primeiro e segundo ato legal. Traziam discussões sobre razão e sobrenatural. Mas o terceiro ato descamba totalmente para os clichês típico do gênero.
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