O cinema já havia
abordado a Retirada de Dunquerque , especialmente no filme de 1958 dirigido por
Leslie Norman com Richard Attenborough, John Mills e Bernard Lee.Mas a
lembrança que eu tenho desse filme foge diante da maestria de Christopher Nolan
no seu “Dunkirk” que felizmente chegou aos nossos cinemas.
Nolan
gastou milhões na recriação do episódio da 2ª.Guerra quando militares ingleses
e franceses (principalmente ingleses) saíram de Dunquerque rumo à Inglaterra
quando os alemães estavam às portas. Esta operação pedida por Churchill indicou
para alguns, na época(1940) uma derrota. Mas foi o modo de evitar que Hitler
invadisse Londres(como acabou fazendo com Paris).
O filme
é detalhado na reconstituição dos fatos. Multidão de figurantes fazem os
soldados que tentavam desesperadamente fugir do fogo alemão, já evidente,
apegando-se a barcos particulares que muito ajudaram na escapada. Em detalhes
poucos personagens, e no caso a ficção auxilia a composição de um quadro histórico.
Poucos
filmes de guerra são tão minuciosos. Nolan dilui a “patriotada” comum no gênero
quando feito na velha Hollywood(e mesmo por Pinewood) e chega a dar suspense no
modo como enquadra a resistência dos rapazes que tentavam de todas as maneiras
escapar dos panzer germânicos que já se faziam ouvir. Também se observa o papel
da RAF, com os poucos pilotos ingleses combatendo os aviões nazistas que
bombardeavam os fugitivos. Nesse quadro há até uma sequencia emocionante: a do
piloto que vê seu aparelho ficar sem combustível e mesmo planando conseguir
salvar soldados fugitivos e pousar na praia. Tambem o aeronauta que ao cair no
mar não consegue abrir sua cabine e é salvo por um barco pesqueiro.
O filme
foi aplaudido na sessão em que eu estive. E a sala estava lotada, com poltronas
tomadas até na primeira fila. Raridade em estado de graça. “Dunkirk”é a
obra-prima do diretor de “Interestelar” e há quem o veja como candidato ao próximo
Oscar. Nada mais aplaudível.
Pedro,
ResponderExcluirNão achei tudo isso, ainda que respeite teu ponto de vista. No meu o filme apresenta problemas narrativos e alguns maneirismos imagéticos (forçar rimas visuais por exemplo). Mas, com toda certeza do mundo, é um filme que vale ir ao cinema, seja por ser um filme que foge aos padrões super-herói seja por ser um filme que tenta algo em locais de mais do mesmo.