Quem se aventurar a entrar na casa (“A Casa”/La Casa Muda)uruguaia que está por um desses milagres de exibição num cinema de Belém, vai sair com a sensação de que foi logrado. São 70 minutos de imagens captadas por uma câmera digital com um mínimo de corte (pode ter dois, quando o quadro fica escuro). Tudo bem, é um desafio. Mas para isso conta-se uma história de terror que se diz amparada num caso real, onde pai e filha vigiam um prédio abandonado e começam a surgir ruídos depois assassinatos (o pai da garota é a primeira vitima).
No fato acontecido nos anos 40 que o filme diz se amparar, na manhã posterior ao primeiro dia de trabalho do vigilante, acha-se dois corpos (a legenda diz três). Explica-se o cadáver do pai e de um dos donos do prédio que chega depois. Uma legenda diz que a moça desapareceu. E ela é acompanhada pela câmera o tempo todo, assumindo uma postura de valente embora reclame.
Os furos do roteiro começam com a coragem da garota. Se ela grita quando vê o pai esfaqueado e ouve ruídos, o natural seria fugir da casa. Mas não: ela vai ver que diabo está acontecendo no sobrado de onde tinha vindo o pai, moribundo.
O fotografo Pedro Luque dá um banho técnico com enquadramentos elegantes sem parar o plano-sequencia. Mas o roteiro do diretor Gustavo Hernandez, associado a Oscar Esteves e Gustavo Rojos, é extremamente inverossímil.
Depois dos créditos, para quem não se encheu de 70 minutos sombrios e trêmulos, há uma seqüência que traduz a pegadinha.
Gol da câmera digital de meu xará. Pênalti da equipe brasileira na Copa América na trama focalizada.
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