Cinema é a imagem projetada que se apóia numa ilusão de ótica. O filme falado foi uma conquista técnica que acabou inaugurando a verborragia e o barulho. “O Artista” veio lembrar as origens dessa arte que eu, desde criança, admiro ao nível da paixão. Só esta premiação correta da Academia de Hollywood (perdôo a marginalização de “A Árvore da Vida” porque não é filme industrial) fez-me dormir às 1,30 de 2ª.Feira (quando dormiria normalmente às 22,00 de domingo).Cheguei a temer que “Os Descendentes” ganhassem a estatueta majoritária. George Clooney, na platéia, era sorrisos. Felizmente os eleitores do Oscar esqueceram a homenagear os cornos(tema do filme). Foram vasculhar os deuses em seu crepúsculo como a Gloria Swanson do filme de Billy Wilder. Por sinal que o tipo vivido pelo ótimo Jenan Dujardin é bem o Johnn Gilbert, galã que Greta Garbo quis manter convidando-o para ser o seu par em “Rainha Cristina” mas um prejuízo para a Metro porque os fãs do Gilbert mudo não concebiam a sua voz de falsete.
“O Artista” lembra “Cantando na Chuva”. Até por virar musical. É um tipo de cinema que encanta dizendo como foi em criança. Por isso seu diretor,Michel Hazanavicius, dedicou o prêmio a Chaplin. E não é à toa que Chaplin é símbolo do cinema.
Também foi gol do Oscar o “Separação”iraniano e o “Rango” de animação. Idem o velho Chris Plummer embora se maldiga (“fui um canastrão”) pelo Barão Von Trapp de “A Noviça Rebelde”. Triste é que Max Von Sidow vai sobrar sempre. E Glenn Close periga nesse sentido. Enfim, Maryl Streep foi o ferro que faltou no filme sobre Maggie Thatcher. E como a festa foi da França, até Woody Allen na sua declaração de amor por Paris ganhou a sua fatia. Não foi receber, pois nunca deu bola ao Oscar. Quando a entrega era na 2ª,Feira ele alegava que era seu dia no clarinete num bar. E o Cirque Du Soleil brilhou mais do aqueles números musicais soporíferos que ajudavam a aumentar o horário da festa no tempo em que Edwaldo Martins ligava para minha casa dando a sua impressão. Por sinal que o Didi sonhava em ver de perto a entrega dos Oscar.Atendendo a ele escrevi em uma ocasião para Frank Capra. O diretor de “A Felicidade Não se Compra” me respondeu dando o seu aval para viagem . Mas tinha de pedir licença ao Harry Stone,embaixador da Motion Picture no Brasil. Apesar de casado com uma paraense o homem botou tantos obstáculos que cancelei a pretensão. Capra não gostou, mas não teve jeito. Eu dificilmente iria, pois sou comodista nato. Mas eu penso no Edwaldo vendo estrelas na terra. Afinal só as viu no céu.
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