quinta-feira, 19 de julho de 2012
Sessão de DVD
Vejo a média de dois DVD por dia. A vantagem é poder acessar a passagem rápida de cenas. Tem muito saco disponível. E alguns com méritos, a exemplo de “Isto Não é Um Filme”, produção iraniana de Jafar Penahi aquele diretor que foi preso por desacatar as normas da nação religiosa. Em 70 minutos ele lê um roteiro de sua autoria. Seria o filme vetado pelos aiatolás. Filmagem com minúscula câmera digital que um amigo de Jafar botou num pen-drive e tirou do país. Coragem, capacidade de autor e teste de paciência para quem vê.
“Hunger” impressiona. Na Irlanda dos anos 80 uma greve de fome matou diversos combatentes do IRA. O filme traz um plano médio do rebelde contando a um padre os seus planos na cadeia e a câmera permanece estática, focando os dois lado a lado, por mais de 15 minutos. Também há um prodígio estético quando o grevista está morrendo (a objetiva dança do alto sobre seu corpo). O diretor tem o nome de um ator famoso, Steve McQueen. É muito mais talentoso do que o xará de “O Canhoneiro do Yang Tse” morto em 1980.
Em “Mundos Opostos”(East Side, West Side) James Mason é casado com Barbara Stanwyck mas pula a cerca com Ava Gardner. A escolha do ator procede quando se sabe que Ava foi mulher de Frank Sinatra (que precisava se espichar para beijá-la). Como regra três no romance está Cyd Charisse antes de mostrar que sabia dançar como pouca gente e tinha umas pernas como poucas mulheres tinham. Essa turma era trunfo no jogo de mercado para a MGM. O velho leão gastava uma fortuna com artistas contratados. O filme de Mervyn LeRoy sai em DVD para contentar os saudosistas e mostrar aos novos como se fazia cinema comercial nos idos de 40/50. Reparem que tudo se passa no estúdio. Ruas, pontes, céu. O artificialismo era engolido no seco. Melhor: saboreado.
“O Despertar” é filme de fantasma inglês. Poucos como os ingleses sabiam filmar espíritos desencarnados. Este exemplar focaliza uma jovem mestra especializada em descobrir assombrações contratada para ir à uma escola, em Rookford onde aparecia o espectro de um garotinho. Não falta nada no cenário, até uma governanta que vai se revelar parente do morto. Rebecca Hall cumpre sua tarefa sob a direção de Nick Murphy, Dá saudades dos filmes da Hammer, empresa lodrina que tentava arrepiar com Christopher Lee e Peter Cushing...
E “Billpig”, filme nacional que eu tive faro de não ir ver no cinema, é mesmo o fim da picada. Pior só “Agamenon”, da mesma origem. Um comentário que eu li cita saudades de Oscarito. Acrescento as minhas. As velhas chanchadas focavam nossa cultura, nosso modismo, nosso ridículo. Essas novidades, bem editadas, não dizem o que querem nem como conseguiram ser construídas. Nasceram pagas (veja o numero de financiadores) e por aí começam a se explicar.
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