Uma tarefa maluca: filmar por 12 anos
uma criança (e seus parentes próximos) sem dublês, sem artifícios que usem o
tempo com arranjos técnicos. “Boyhood” é isso, um show de paciência do cineasta
Richard Linklater, adentrando sobre a vida que passa e pessoas da classe média
americana que estão no foco dessas vidas – ou desse tempo.
Nada de extraordinário acontece em
160 minutos de projeção. Mas o que se vê, uma amostragem de rotina de um tipo
de gente, ganha o interesse de um espetáculo cinematográfico. A ação é moldada
no próprio avanço dos anos, ajudada no que se observa com o cabelo do jovem
Mason (Ellar Coltrane),quando criança “a la Harry Potter”, quando adolescente
podado a partir de uma ação despótica de um padrasto. Seguindo isso se observa
a obesidade gradativa da mãe do personagem(Patricia Arquette),duas vezes casada
e duas vezes separada, lutando sempre para formar o casal de filhos. Quem
parece não envelhecer é o pai de Mason(Ethan Hawk,ator da trilogia “Antes do
Por do Sol”do mesmo diretor). Por coincidência ou não os filmes da trilogia se equiparam,
a este “Bouhood” na informalidade,como se fossem feitos de improviso, sem
roteiro.
Uma curiosidade: Lorelei Linklater
que faz o papel da irmã de Mason, chamada Samantha, é filha de Richard,o
diretor do filme.
Não sei se os cinemas locais vão
exibir esta obra rara. Se acontecer será um milagre a festejar e um forte candidato a melhor do ano. Ensina
muito da tolerância que se deve ter para com fatos & tipos que enfim fazem
o cenário de muitos “alguéns”.
Não sou de gostra muito de filmes
longos mas este valeu. Dá para consumi-lo de um fôlego.
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