domingo, 19 de outubro de 2014

Boyhood


      Uma tarefa maluca: filmar por 12 anos uma criança (e seus parentes próximos) sem dublês, sem artifícios que usem o tempo com arranjos técnicos. “Boyhood” é isso, um show de paciência do cineasta Richard Linklater, adentrando sobre a vida que passa e pessoas da classe média americana que estão no foco dessas vidas – ou desse tempo.

            Nada de extraordinário acontece em 160 minutos de projeção. Mas o que se vê, uma amostragem de rotina de um tipo de gente, ganha o interesse de um espetáculo cinematográfico. A ação é moldada no próprio avanço dos anos, ajudada no que se observa com o cabelo do jovem Mason (Ellar Coltrane),quando criança “a la Harry Potter”, quando adolescente podado a partir de uma ação despótica de um padrasto. Seguindo isso se observa a obesidade gradativa da mãe do personagem(Patricia Arquette),duas vezes casada e duas vezes separada, lutando sempre para formar o casal de filhos. Quem parece não envelhecer é o pai de Mason(Ethan Hawk,ator da trilogia “Antes do Por do Sol”do mesmo diretor). Por coincidência ou não os filmes da trilogia se equiparam, a este “Bouhood” na informalidade,como se fossem feitos de improviso, sem roteiro.

            Uma curiosidade: Lorelei Linklater que faz o papel da irmã de Mason, chamada Samantha, é filha de Richard,o diretor do filme.

            Não sei se os cinemas locais vão exibir esta obra rara. Se acontecer será um milagre a festejar e  um forte candidato a melhor do ano. Ensina muito da tolerância que se deve ter para com fatos & tipos que enfim fazem o cenário de muitos “alguéns”.

            Não sou de gostra muito de filmes longos mas este valeu. Dá para consumi-lo de um fôlego.

Nenhum comentário:

Postar um comentário