quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Lunch Box


      Troca de endereço pode gerar, em roteiro para cinema, romance, drama ou comédia. Imagine mandar um rolo de papel higiênico para um amigo e a encomenda ser desviada para um político. Dá comédia. Mas um canivete para um depressivo é como um convite à morte. No filme “Lunch Box” do indiano Ritesh Batra, é uma marmita (ou merendeira, ou sem sair do inglês, “lunch box”). Quem ganha a encomenda trocada saboreia pratos jamais provados na rotina. E se apaixona pela cozinheira. Só que ela é uma garota e ele tem idade de ser seu pai.É um escriturário viúvo que atura um substituto no emprego nada experiente e extremamente chato.

            O filme é bem narrado mas diz tanto sobre coisa nenhuma. Seria um modo de ver a vida dos indianos de alguma província, não diz bem o lugar, onde a paisagem não muda muito da que vemos por aqui.

            Não há densidade ou substancia além de um aceno próprio do velho neorealismo. Mas é tão bem contado que diverte. Há quem diga que o roteiro é muito norte-americano, que não diz muito bem como são as coisas na Índia. Não sei. Hoje o mundo é uma ilha. O que se observa é que as paixões independem de etnia, cidadania, até mesmo idade. E se o filme não tem o vinco da Bollywood, ou seja a Hollywood indiana(uma industria muito fértil) também não sei dizer. Ultimamente só vi da Bolly a comédia “Seu Crime, seu Sofrimento”(Makkhi), uma pitada surrealista interessante onde um homem morre, encarna numa mosca e vai atentar que o matou (e ficou com sua garota). Mas isso não é coisa de figurino. A merendeira até que sacia a fome de cinema.

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