sexta-feira, 17 de julho de 2015

Filmes Morfeuticos


Há filmes morfeuticos. Não é morfético é morfeutico, de Morfeu. Dão sono. E tanto que deviam ser receitados no lugar dos ansiolíticos que viciam. Esta semana eu vi um desses “remédios”: “Jauja” filme argentino de Lisandro Alonso. Foi feito na Dinamarca e ganhou o premio “Um Certain Regard”de Cannes. Tudo um homem em busca da filha no deserto da região(creio dinamarquesa). Planos fixos intercalam-se na media de 2 minutos cada um. E muitos abertos, evidenciando  a paisagem como forma de dizer da solidão e distancia que se faz nas (ou entre as)personagens.

Morfeuticos são muitos filmes clássicos. No “Deserto Vermelho”de Antonioni a atriz Monica Vitti anda metros e metros acompanhada da câmera sem dizer para onde vai ou se o seu destino interessa a quem vê o filme (quer dizer, apenas, incomunicabilidade). Haja saco. E Godard é mestre nisso. Seus filmes são ágeis é verdade mas não dizem a que vieram. São imagens soltas como se estivessem ali na hora, sem artificio de quem quis que ela dissessem alguma coisa.

Hamlet dizia “dormir, talvez sonhar”. Quem passa a sonhar com os morfeuticos está de parabéns. Mas eles deixam a gente em REM, aquele sono pesado que não deixa lembrança. OK, terapêutica. Usem se acham necessária.

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