A chegada do
filme “ Homem Formiga” leva à lembrança “O Incrível Homem que Encolheu”, um
grande filme B do prolifico Jack Arnold. Nele, o personagem interpretado por
Grant Williams (ator que morreu cedo) pegava uma nuvem radioativa e ia
diminuindo de tamanho sem perder as faculdades mentais. Há sequencias
marcantes. Uma delas: quando ele começa um tratamento para estancar a sua
involução e está conversando com uma rara amiga de seu porte, uma anã de um
circo. Em dado momento ele percebe que ela está maior do que ele. E sai
correndo desesperado: “-Voltou, voltou”. Mas de todos os momentos que ninguém
esqueceu está o final, quando o encolhido está menor do que uma bactéria, passa
pela grade do porão de sua casa, e vê as estrelas como se estivessem mais
perto. Pensa (e a gente ouve) que apesar de cada vez menor ainda raciocina. E
segue o aforisma de Descartes: “Penso,logo existo”.
Jack Arnold ganhou uma homenagem
no Festival de Cannes e, já doente, movendo-se em cadeira de rodas, respondeu a
quem lhe indagou o motivo da produção não mostrar o processo revertido e o
encolhido crescendo. Disse com ênfase: “Isto só aconteceria sobre o meu cadáver”.
Foi o filme que celebrizou Arnold. E pediu vaga entre as melhores “sci-fi”.
Ali o homem encolhia e o intelecto subia. Não se pode dizer o mesmo de um super-herói
da Marvel.
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