sábado, 7 de novembro de 2015

Aliança do Crime

 John Connoly (Joel Edgerton) e James "Whitey" Bulger (Johnny Depp)foram meninos travessos das ruas de Boston dos anos 50. Por volta dos anos 70 eles se reencontraram.  Connolly passou a ser um nome de proa do FBI local e Whitney  virou protetor da máfia irlandesa. O conhecimento do mafioso com o figurão da politica e da agencia de investigações leva a um plano de sabotar a máfia italiana. Isso é tratado oficialmente pela agencia de governo e Connoly aproveita para, através desse prestigio, enveredar por outras facetas do mundo do crime. Segundo se diz o FBI sabia das articulações do bandido mas virava as costas. O objetivo era acabar com os mafiosos da Itália e paralelamente proteger o “ajudante”.
            O filme dirigido por Scott Cooper baseia-se na historia real de James Bulger por sua vez  tratada em livro de Dick Lehr e Grerard O’Neill, afinal transformado em roteiro de cinema por Mark Molluck e Jezz Butterworth. Nessas transposições fatalmente esvaziou-se a realidade. E por isso não se pense no filme como um docudrama. É ficção e como tal cumpre o seu trabalho, lembrando (e isso é elogio) os filmes de gangster dos anos 30 com James Cagney e Humphrey Bogart com diretores do nível de Michael Curtiz e Raoul Walsh.
            Na comparação com os velhos bandidos “Aliança do Crime”(Black Mass) perde feio. Mas a liberdade de expressão serve para mostrar o que a Warner queria no passado e a censura castrava. Havia o chamado “Codigo Hays,vindo do politico protestante William H. Hays, processo que não permitia certas incursões em terrenos tabus e chegava até mesmo a não mostrar sangue quando as pessoas eram atingidas por balas. Livre dessas amarras ridículas o novo filme exibe crueldade hipertrofiada e apesar de claudicar no ritmo(muito lento para uma peça de ação intensa) é capaz de dar uma ideia de como agiam os mafiosos e parceiros na sociedade hipócrita de um passado recente.

            Mas o interesse maior do filme, ou o que a Warner vende, é o trabalho de Johnny Depp. Eu não conheci o cara debaixo de uma maquilagem que lhe deu bochechas e alongou a face. Se não lesse o nome dele nos créditos não conheceria o  interprete de “Edward Mãos de Tesoura” e outros filmes de Tim Burton .E por sinal que há quem esteja pensando em Depp para o próximo Oscar, Se Leonardo di Capri deixar...

Um comentário:

  1. Assisti hoje, quarta, Aliança do Crime. Em que pese os problemas de roteiro que, por optar por uma narrativa multifacetada, torna-se muitas vezes exageradamente explicativo. Penso que, Aliança do Crime se mostra um bom exercício de gênero, mas que não consegue chegar na qualidade de outros filmes de gângster, como Os bons companheiros. Mesmo assim, vale o ingresso...

    Abraços!
    Carlos Lita

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