John Connoly (Joel
Edgerton) e James "Whitey" Bulger (Johnny Depp)foram
meninos travessos das ruas de Boston dos anos 50. Por volta dos anos 70 eles se
reencontraram. Connolly passou a ser um
nome de proa do FBI local e Whitney
virou protetor da máfia irlandesa. O conhecimento do mafioso com o
figurão da politica e da agencia de investigações leva a um plano de sabotar a
máfia italiana. Isso é tratado oficialmente pela agencia de governo e Connoly
aproveita para, através desse prestigio, enveredar por outras facetas do mundo
do crime. Segundo se diz o FBI sabia das articulações do bandido mas virava as
costas. O objetivo era acabar com os mafiosos da Itália e paralelamente
proteger o “ajudante”.
O
filme dirigido por Scott Cooper baseia-se na historia real de James Bulger por
sua vez tratada em livro de Dick Lehr e
Grerard O’Neill, afinal transformado em roteiro de cinema por Mark Molluck e
Jezz Butterworth. Nessas transposições fatalmente esvaziou-se a realidade. E
por isso não se pense no filme como um docudrama. É ficção e como tal cumpre o
seu trabalho, lembrando (e isso é elogio) os filmes de gangster dos anos 30 com
James Cagney e Humphrey Bogart com diretores do nível de Michael Curtiz e Raoul
Walsh.
Na
comparação com os velhos bandidos “Aliança do Crime”(Black Mass) perde feio.
Mas a liberdade de expressão serve para mostrar o que a Warner queria no
passado e a censura castrava. Havia o chamado “Codigo Hays,vindo do politico
protestante William H. Hays, processo que não permitia certas incursões em
terrenos tabus e chegava até mesmo a não mostrar sangue quando as pessoas eram
atingidas por balas. Livre dessas amarras ridículas o novo filme exibe
crueldade hipertrofiada e apesar de claudicar no ritmo(muito lento para uma
peça de ação intensa) é capaz de dar uma ideia de como agiam os mafiosos e
parceiros na sociedade hipócrita de um passado recente.
Mas
o interesse maior do filme, ou o que a Warner vende, é o trabalho de Johnny
Depp. Eu não conheci o cara debaixo de uma maquilagem que lhe deu bochechas e
alongou a face. Se não lesse o nome dele nos créditos não conheceria o interprete de “Edward Mãos de Tesoura” e
outros filmes de Tim Burton .E por sinal que há quem esteja pensando em Depp
para o próximo Oscar, Se Leonardo di Capri deixar...
Assisti hoje, quarta, Aliança do Crime. Em que pese os problemas de roteiro que, por optar por uma narrativa multifacetada, torna-se muitas vezes exageradamente explicativo. Penso que, Aliança do Crime se mostra um bom exercício de gênero, mas que não consegue chegar na qualidade de outros filmes de gângster, como Os bons companheiros. Mesmo assim, vale o ingresso...
ResponderExcluirAbraços!
Carlos Lita