sábado, 14 de novembro de 2015

Mais Russos

“Tigre Branco”(Belyy Tigr/Russia,2012), filme baseado no livro de Ilya Boyashov com direção de  Karen Shakhnazarov ambienta-se na 2ª, Guerra Mundial e começa com um soldado com o corpo 99%queimado e por isso desenganado pelos médicos da enfermaria onde está internado. Todos se surpreendem quando, 3 semanas depois, ele se mostra saudável e até com as queimaduras cicatrizadas. O soldado apenas apresenta amnésia. Nem sabe seu nome e dos familiares. Mas a sua saúde leva-o a voltar à ativa como “tanqueiro”(guia de tanques).Ele busca um tanque alemão de cor branca que havia dizimado o de sua tropa(russa) e causador de sua queimadura. Para ele, o tanque caminha sem piloto, um fantasma da guerra que sobrevive até quando a Alemanha se rende.
O filme repousa no tipo criado pelo ator Aleksey Vertkov e tem uma direção de arte capaz de projetar o cenário da guerra com a necessária imitação do realismo.
O melhor desse filme feito depois da Perestroika é justamente a dose menor de patriotada. Embora diga sempre do fervor do soldado soviético ele tem a coragem de deixar a imagem de um espectro alemão e usar atores germânicos. Nunca é panfletário. A critica que se faz é a própria guerra, gerando esses monstros capazes de suportar os meandros da realidade.

Foi o melhor da mostra russa exibida no Olympia. Depois, mesmo na linha que endeusa o comunismo, está a versão de “A Mãe”, uma adaptação mais detalhada do livro de Gorki. Não chega ao espetáculo formal da versão dirigida por  Pudovkin nos anos 20 mas troca a cena final da mãe segurando a bandeira vermelha pela mãe assassinada por um espião tzarista. Boas imagens retratam um tempo.Longo mas bem feito o filme consegue ir além da implicação propagandística de uma ideologia.

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