“Tigre Branco”(Belyy Tigr/Russia,2012), filme baseado no
livro de Ilya Boyashov com direção de Karen Shakhnazarov
ambienta-se na 2ª, Guerra Mundial e começa com um soldado com o corpo
99%queimado e por isso desenganado pelos médicos da enfermaria onde está
internado. Todos se surpreendem quando, 3 semanas depois, ele se mostra saudável
e até com as queimaduras cicatrizadas. O soldado apenas apresenta amnésia. Nem
sabe seu nome e dos familiares. Mas a sua saúde leva-o a voltar à ativa como
“tanqueiro”(guia de tanques).Ele busca um tanque alemão de cor branca que havia
dizimado o de sua tropa(russa) e causador de sua queimadura. Para ele, o tanque
caminha sem piloto, um fantasma da guerra que sobrevive até quando a Alemanha
se rende.
O filme repousa no tipo criado pelo ator Aleksey Vertkov e tem
uma direção de arte capaz de projetar o cenário da guerra com a necessária
imitação do realismo.
O melhor desse filme feito depois da Perestroika é
justamente a dose menor de patriotada. Embora diga sempre do fervor do soldado soviético
ele tem a coragem de deixar a imagem de um espectro alemão e usar atores germânicos.
Nunca é panfletário. A critica que se faz é a própria guerra, gerando esses
monstros capazes de suportar os meandros da realidade.
Foi o melhor da mostra russa exibida no Olympia. Depois,
mesmo na linha que endeusa o comunismo, está a versão de “A Mãe”, uma adaptação
mais detalhada do livro de Gorki. Não chega ao espetáculo formal da versão dirigida
por Pudovkin nos anos 20 mas troca a
cena final da mãe segurando a bandeira vermelha pela mãe assassinada por um
espião tzarista. Boas imagens retratam um tempo.Longo mas bem feito o filme
consegue ir além da implicação propagandística de uma ideologia.
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