No dia 9 de Agosto de 1951 ganhei de presente de aniversário
uma filmadora 16mm para 50 pés de marca Bell Howell. Era um “brinquedinho” tal
o tamanho e o modo como se encaixava o filme, um magazine da exígua dimensão.
Quando meu pai foi comprar a câmera o dono da loja de fotografia achou que ele
devia comprar também um fotômetro. O problema é que não sabia manejar fotômetro.
Minhas fotografias fixas com uma Rolleiflex de meu irmão eram moldadas na luz
do sol. Eu sabia que o diafragma em f-16 ou f-11 dava foco na luz natural e
ainda fazia profundidade de campo. O que eu passei a filmar foi por intuição e
mais tarde por ensinamentos de Fernando Melo, mais tarde câmera dos filmes de
Libero Luxardo, então dono de uma oficina que revelava filmes e consertava projetores(as
minhas maquinas pregueiras era freguesas). Nunca aprendei cinema (técnica) em
livros. Fiz tudo na marra, perseguindo a luz que hoje me lembro em tom de
poesia.
Fiz
filmes com a Bell Howell depois com uma câmera maior (para 300 pés) que meu
irmão tinha embora não fosse fã de cinema (era, sim, curioso de tudo). E pouco usei tripé. O normal era câmera na mão,
com travelling que ficava entre meus passos e no meu carro, eu dirigindo com
uma das mãos e segurando a filmadora com a outra mão.
Chamava
minha “produtora” de Eldorado. E ainda é assim, com o vídeo. Conto detalhes no
livro “O Medico Direito e o Monstro Cinematográfico” que minha família produziu
e deve ser lançado neste agosto que está chegando. O Direito era como me
chamavam quando exercendo a medicina, lembrando Direito Alvares, o mano doutor.
O Monstro é aquele que usa o cinema como hobby. Ou paixão.
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