Cachorro
foi muito usado pelo cinema como espoleta de arma sentimental. Há casos como o
de Hachi que Hollywood refilmou de um bom trabalho japonês com Richard Gere
adotando um cão que morre na espera por ele quando não volta para casa por
conta de uma tragédia(“Sempre ao Seu Lado”/Hachi, a Dog Tale/2009). Em “Truman(Argentina/Espanha,
2015) o animal é o “coluna do meio”entre dois amigos que não se viam há muito
tempo: Julian (Ricardo Darin) e Tomás(Javier Câmara). O primeiro está com um câncer
no pulmão e recusa quimioterapia pois resolve passar sem dores seus últimos dias
de sua vida. A direção é do catalão Cesc Gay, tambem autor do roteiro ao lado
de Tomás Aragay, e a trama é justamente o encontro dos velhos colegas e a
certeza de ser o ultimo. Base sentimental que poderia gerar um desses
saca-lagrimas como “Como Eu Era Antes de Você”. Mas da mesma forma que o
melodrama inglês ora em cartaz mundial é segurado pelos atores. Darin é um
expoente do cinema portenho e Javier é lembrado como o enfermeiro que engravida
uma paciente em coma no trabalho de Almodóvar “Fale com Ela”. Papéis que servem
como luvas a artistas talentosos. E o
Truman do titulo, que não precisa ser um astro canino como o irmão e raça visto
em “O Artista’, apoia o dueto.
O filme
ganhou exibição aqui no Cine Libero Luxardo. Ainda bem pois é dos mencionáveis
entre os melhores deste ano. Um exemplo de como se deve filmar um tema perigoso,
pois fica margeando a pieguice, sem abdicar de um enfoque introspectivo.
Grande filme. Ainda que tenha, até o momento, como melhor filme do ano o belíssimo 45 anos.
ResponderExcluirBom filme dr. Pedro extremamanete poetico, ja na minha lista de melhores do ano
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