Roald Dahl (1916-1990) foi piloto da RAF durante a 2ª,Guerra
e escreveu historias envolvendo crianças embora de conteúdo bastante adulto. Um
exemplo que fez sucesso no cinema foi “A Fantástica Fabrica de Chocolates’
ganhadora de duas versões. Dele é este “The BFG”(O Bom Gigante Amigo) que a
Disney produziu em conjunto com a Amblim, empresa de Steven Spielberg(e este
dirigiu).
O filme fracassou em critica e bilheteria nos EUA. Mas exibe
efeitos especiais estonteantes assim como apresenta um desempenho notável do
ator Mark Rylance ganhador do Oscar de coadjuvante por “A Ponte dos Espiões”
também de Spielberg. Ele faz o gigante idoso e camarada que leva a pequena
Sophie (Ruby Barnhill) de um orfanato à Terra dos Gigantes onde mora escondido
de colegas em estatura mas de comportamento feroz.
Os autor da historia é inglês assim como os dois principais
interpretes. E o filme tem a mascara de ufanismo britânico, adentrando pelo
Palácio de Buckingham e colocando a rainha (que num quadro visto antes lembra
Vitoria mas acaba parecendo com a atual Elizabeth II )como hostess do gigante e
até mandataria de uma esquadrilha de helicópteros para banir os grandes
malvados das vizinhanças do amiguinho de Sophie(que no acordar de um sonho
aparece num luxuoso quarto do palácio real).
O roteiro, e eu não sei até que ponto obedece o livro
original, pareceu-me um pouco confuso na idéia poética de um mundo onde os
sonhos são produzidos numa garrafa e soprados literalmente para as pessoas que
dormem. Não se evidencia a contento como se firmou na amizade da garotinha órfã
com o velho gigante que lhe rouba de um espaço odiado por ela. Nem se vai muito
longe no trabalho do gigante que ajuda na idéia de um sonho maior da menina (e
afinal despertada dentro desse sonho).Mas apesar de uma narrativa cheia de
lombadas o visual é muito interessante e os atores capricham para deixar a
emoção pedida.
O filme é mais Disney de hoje e muito menos do Spielberg do
tempo de “ET”. O cineasta foi mais feliz no seu Tintim (2011) vindo do belga
Hergé (1907-1983). Ali a narrativa se fez no processo “motion capture
animation” ou desenho por sobre imagens reais. Mesmo assim “BFG” não é ruim. Há
momentos marcantes como close final de Rylance quando Sophie tenta se comunicar
com ele à distancia. Por sinal que o melhor do filme é a mascara do ator. Um
velhinho simpático que faz jus ao tamanho que os efeitos especiais lhe deram.
Ah sim: tive a sorte de ver uma copia no som original com
legendas. Como é importante a fala de
BFG, embaralhando silabas, penso no absurdo que foi dublada.
Infelizmente a maioria das copias exibidas em Belém é com falas em português.
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