quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Amigo Gigante

Roald Dahl (1916-1990) foi piloto da RAF durante a 2ª,Guerra e escreveu historias envolvendo crianças embora de conteúdo bastante adulto. Um exemplo que fez sucesso no cinema foi “A Fantástica Fabrica de Chocolates’ ganhadora de duas versões. Dele é este “The BFG”(O Bom Gigante Amigo) que a Disney produziu em conjunto com a Amblim, empresa de Steven Spielberg(e este dirigiu).
O filme fracassou em critica e bilheteria nos EUA. Mas exibe efeitos especiais estonteantes assim como apresenta um desempenho notável do ator Mark Rylance ganhador do Oscar de coadjuvante por “A Ponte dos Espiões” também de Spielberg. Ele faz o gigante idoso e camarada que leva a pequena Sophie (Ruby Barnhill) de um orfanato à Terra dos Gigantes onde mora escondido de colegas em estatura mas de comportamento feroz.
Os autor da historia é inglês assim como os dois principais interpretes. E o filme tem a mascara de ufanismo britânico, adentrando pelo Palácio de Buckingham e colocando a rainha (que num quadro visto antes lembra Vitoria mas acaba parecendo com a atual Elizabeth II )como hostess do gigante e até mandataria de uma esquadrilha de helicópteros para banir os grandes malvados das vizinhanças do amiguinho de Sophie(que no acordar de um sonho aparece num luxuoso quarto do palácio real).
O roteiro, e eu não sei até que ponto obedece o livro original, pareceu-me um pouco confuso na idéia poética de um mundo onde os sonhos são produzidos numa garrafa e soprados literalmente para as pessoas que dormem. Não se evidencia a contento como se firmou na amizade da garotinha órfã com o velho gigante que lhe rouba de um espaço odiado por ela. Nem se vai muito longe no trabalho do gigante que ajuda na idéia de um sonho maior da menina (e afinal despertada dentro desse sonho).Mas apesar de uma narrativa cheia de lombadas o visual é muito interessante e os atores capricham para deixar a emoção pedida.
O filme é mais Disney de hoje e muito menos do Spielberg do tempo de “ET”. O cineasta foi mais feliz no seu Tintim (2011) vindo do belga Hergé (1907-1983). Ali a narrativa se fez no processo “motion capture animation” ou desenho por sobre imagens reais. Mesmo assim “BFG” não é ruim. Há momentos marcantes como close final de Rylance quando Sophie tenta se comunicar com ele à distancia. Por sinal que o melhor do filme é a mascara do ator. Um velhinho simpático que faz jus ao tamanho que os efeitos especiais lhe deram.

Ah sim: tive a sorte de ver uma copia no som original com legendas. Como é importante a fala de  BFG, embaralhando silabas, penso no absurdo que foi dublada. Infelizmente a maioria das copias exibidas em Belém é com falas em português. 

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