“A
Qualquer Preço”(Hell or High Water) é um western moderno. Os bandidos são os
mocinhos e o mocinho tradiconal é um xerife rancoroso que persegue irmãos
bandoleiros que lutam para manter a possa do rancho da família. Vendo o filme o espectador fica torcendo pelos
manos fora da lei embora saiba que o roteiro de Taylor Sheridan não vai poupar
pelo menos um deles.
O
diretor David Mackenzie é um escocês com 21 prêmios internacionais e por aqui
só conhecido por “Paixão sem Limites” (Asylum) e “ Sentidos do Amor”(Perfect
Sense). Ele consegue excelentes desempenhos de Ben Foster e Chris Pine (os
irmãos), mas dá uma das maiores chances ao veterano Jeff Bridges, este ano
candidato a Globo de Ouro e possivelmente
ao Oscar de coadjuvante. Ele faz o xerife Marcus Hamilton, um aposentado que
mesmo assim persegue os irmãos criminosos
como uma questão pessoal.
No novo
western carros substituem as diligencias mas as balas soltam-se da mesma forma
que antes e o rancor preside a ação. No fundo é a luta pela propriedade, o amor
à terra natal, a feição menos justificada de justiça (eu lembrei do apartamento
que a idosa pernambucana luta para manter na sua herança em “Aquarius”).
Um
filme dinâmico, bem feito, com admirável cor local, que foi feito por
produtores independentes e, segundo se diz, em poucos dias. Chegar por aqui
deve ser um desses milagres que só cabem na faixa de prêmios de Hollywood. Se
estrear, aproveitem.
Em
tempo: Martin Scorsese e Ridley Scott, dois veteranos respeitados, disseram
este fim de ano que o cinema de vulto que se via no passado não existe mais.
Partindo deles é um tiro nos heróis da Marvel. E eu penso que é por isso que tenho
ido pouco a cinema comercial.
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