terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A Qualquer Preço

                “A Qualquer Preço”(Hell or High Water) é um western moderno. Os bandidos são os mocinhos e o mocinho tradiconal é um xerife rancoroso que persegue irmãos bandoleiros que lutam para manter a possa do rancho da família.  Vendo o filme o espectador fica torcendo pelos manos fora da lei embora saiba que o roteiro de Taylor Sheridan não vai poupar pelo menos um deles.
                O diretor David Mackenzie é um escocês com 21 prêmios internacionais e por aqui só conhecido por “Paixão sem Limites” (Asylum) e “ Sentidos do Amor”(Perfect Sense). Ele consegue excelentes desempenhos de Ben Foster e Chris Pine (os irmãos), mas dá uma das maiores chances ao veterano Jeff Bridges, este ano candidato  a Globo de Ouro e possivelmente ao Oscar de coadjuvante. Ele faz o xerife Marcus Hamilton, um aposentado que mesmo assim  persegue os irmãos criminosos como uma questão pessoal.
                No novo western carros substituem as diligencias mas as balas soltam-se da mesma forma que antes e o rancor preside a ação. No fundo é a luta pela propriedade, o amor à terra natal, a feição menos justificada de justiça (eu lembrei do apartamento que a idosa pernambucana luta para manter na sua herança em “Aquarius”).
                Um filme dinâmico, bem feito, com admirável cor local, que foi feito por produtores independentes e, segundo se diz, em poucos dias. Chegar por aqui deve ser um desses milagres que só cabem na faixa de prêmios de Hollywood. Se estrear, aproveitem.

                Em tempo: Martin Scorsese e Ridley Scott, dois veteranos respeitados, disseram este fim de ano que o cinema de vulto que se via no passado não existe mais. Partindo deles é um tiro nos heróis da Marvel. E eu penso que é por isso que tenho ido pouco a cinema comercial.

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