São muitos
os filmes que tentam mostrar a mulher madura em crise existencial, seja pela
descoberta da infidelidade do marido, seja pelo emprego perdido, seja pelo
cuidado nem sempre retribuído por filhos maduros. Mas este “O Que Está por Vir”(L’Avenir)
de Mia Hansen Love com Isabelle Huppert, salta bem as barreiras melodramática tão
caras, no passado, a cineastas como Douglas Sirk, conseguindo sem sair de uma
narrativa linear, dar a dimensão exata da sua heroína, a professora de
filosofia chamada Nathalie, sem precisar do hermetismo de autores adorados
pelos críticos.
O filme
consegue emocionar quase todas as plateias (há esnobes que o rejeitarão). E é
mais um triunfo de Huppert, feito um ano antes de “Elle”(de Paul Vehoven)por
onde ela ganhou o Globo de Ouro deste ano. A atriz consegue dar a dimensão
necessária a fixar o drama de sua personagem. E o filme, com roteiro sábio da
diretora, não encerra com meios artificiosos de arranjar as coisas. Nem apela
para o grand finale. Há prudentes reticencias a dimensionar o enredo. E nunca é
demais focar Isabelle demonstrando tristeza, alegria ou fingimento. Não é toda
atriz que consegue isso.
Um belo
filme a ser visto já pois deve figurar entre os melhores do ano que ora começa.
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