quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O Que Está Por Vir

                São muitos os filmes que tentam mostrar a mulher madura em crise existencial, seja pela descoberta da infidelidade do marido, seja pelo emprego perdido, seja pelo cuidado nem sempre retribuído por filhos maduros. Mas este “O Que Está por Vir”(L’Avenir) de Mia Hansen Love com Isabelle Huppert, salta bem as barreiras melodramática tão caras, no passado, a cineastas como Douglas Sirk, conseguindo sem sair de uma narrativa linear, dar a dimensão exata da sua heroína, a professora de filosofia chamada Nathalie, sem precisar do hermetismo de autores adorados pelos críticos.
                O filme consegue emocionar quase todas as plateias (há esnobes que o rejeitarão). E é mais um triunfo de Huppert, feito um ano antes de “Elle”(de Paul Vehoven)por onde ela ganhou o Globo de Ouro deste ano. A atriz consegue dar a dimensão necessária a fixar o drama de sua personagem. E o filme, com roteiro sábio da diretora, não encerra com meios artificiosos de arranjar as coisas. Nem apela para o grand finale. Há prudentes reticencias a dimensionar o enredo. E nunca é demais focar Isabelle demonstrando tristeza, alegria ou fingimento. Não é toda atriz que consegue isso.

                Um belo filme a ser visto já pois deve figurar entre os melhores do ano que ora começa.

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