Nasci em Belém. Por
sinal que fui um ovulo concebido na ilha do Mosqueiro que até hoje é Belém.
Cresci, estudei, casei,tudo na capital do Pará. Dois prédios onde estudei
persistem com poucas mudanças: o Colégio Moderno e a Faculdade de Medicina. A
minha rua é que passou de São Jeronimo a Governador José Malcher, homenagem que
sempre me pareceu usurpadora. Minha diversão preferida, ou minha arte querida,
sofreu mutações estéticas não só na sua constituição. Nas ruas deixou uma Cinelândia
em Nazaré, cedeu as casas edificadas para projeções por espaços de shopping, ou
detalhe de conjunto de lojas. Mas aumentou o “cinema em casa”, das películas de
16mm (ou 8mm) para os vídeos que de estojos(VHS) passaram a discos(além de TV
por assinatura). Nesse compasso eu tenho vez na mordomia do “cinema em casa”.
Muito para quem tentou a mesma coisa com artefatos pesados em uma garagem onde
projetava películas.
Hoje vejo Belém somar 401 anos. Do tempo em que via o edifício
Manoel Pinto da Silva como “arranha ceu”, conto,do apartamento onde moro, mais
de 50 prédios no ângulo visual. A vida violenta botou grades nas casas e
bandidos fora. E houve quem passasse a morar em “poleiros”, prezando
tranquilidade. A cidade cresce para cima. Mas ainda a vejo como o meu berço, o
lugar que se edificou dentro de fora de minha memoria.
Parabéns Belém.
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