“La la Land:Cantando Estações”(La la Land) está sendo
cultuado por um publico jovem e depois de ganhar o Globo de Ouro da categoria
musical deve seguir em busca do Oscar com a mesma fome. Minha opinião
fatalmente leva a lembrar os musicais considerados clássicos e comparar negativamente
o trabalho do diretor-roteirista Damien Chazelle hoje com 32 anos e apenas 2 créditos anteriores no
longa-metragem, especialmente “Whiplash, Em Busca da Perfeição”. Obvio que
seria uma comparação injusta, mas logo na primeira sequencia de “La la land”
vê-se um engarrafamento numa estrada e os passageiros e motoristas dos carros
parados saindo de seus veículos para cantar e dançar. Um momento típico de
musicais como “Fama”(os estudantes dançando na rua) . Dá para pensar que o
roteiro vai ser exclusivo dos espetáculos off-Broadway e todo mundo falar
cantando como nas operetas da Metro. Mas não. Há um romance, e este romance
pede licença para a musica como fazia Fred Astaire e Gene Kelly sem,
naturalmente, pesar o quanto o casal Ryan Goslin(Sebastian) e Emma Stone(Mia)
podem seguir seus modelos (ela foi a Sophie do pior filme de Woody Allen, “Magia
ao Luar”/Magic in the Moonlight).
Há uma
historia tênue e números musicais nem sempre inspirados e bem colocados nos
espaços de enredo. Um desses números, até pelo “décor”, lembra Astaire e Leslie
Caron em “Papai Pernilongo”(Daddy long legs/1955). O fundo azul e os dançarinos
mostrando seus passos é típico. Alias, é impossível tratar musical americano
sem lembrar um tesouro que se fez especialmente nas décadas de 1950/60. Foi pensando
nessas joias que me deleitaram tanto que achei que devia sentir o mesmo com “La
la Land”. Mas não há clima, não há interpretes geniais nem novas peças de
musica & dança. Eu vi o filme numa 2ª,feira e na semana seguinte já havia
esquecido um bocado. Não compreendo a fascinação atual, com pessoas que amaram
os encontros do pianista com a dançarina e um desencontro como uma nota perdida
numa sinfonia sem amor.
O filme
só tem uma vantagem: deixa que se corra na prateleira de vídeo, ou num site
especifico e reveja os musicais da velha Hollywood. Saudades palpáveis de Gene
Kelly, Astaire, Caron, e agora mais ainda de Debbie Reynolds que dançou na
chuva de Kelly & Stanley Donen, ela que se foi atrás da filha no final de
2016 .
Sim, “La
la Land” é um estimulo para a volta dos musicais. Isso é vantagem. Hiato nas invasões
alienígenas, nos super-heróis, nos terroristas, no cinema vazio que solta-se
com milhões de dólares e apela para quem é viciado em videogame. Por esse
trunfo arrisco uma segunda visão.
as 14 indicações ao Oscar reforça essa tendencia entre os jovens, aumenta o interesse por musicais.
ResponderExcluirEu estava tão ansiosa para ver 'La la Land' que não esperei o filme chegar ao cinema, baixei da internet assim que ele ficou disponível. Se fosse bom eu veria no grande ecrã, como não é, vou poupar meu dinheiro. O romance é clichê; os números musicais, além de não terem criatividade são de mau gosto; as músicas são insípidas. Finalmente, a meu ver, o casal Ryan Gosling e Emma Stone foram duas escolhas infelizes para a história. Ele, principalmente, é muito feio. A única vantagem do filme, se é que posso citar uma, é que desperta no espectador saudade dos grandes musicais. Da MGM, 20th Century Fox, Warner ou RKO, qualquer estúdio teria feito um filme melhor que aquele. E se algum diretor da época tivesse sido escalado para dirigir uma história com aquele roteiro provavelmente teria recusado e teria feito algo melhor.
ResponderExcluirOK Angela. "La la" é produto de uma industria que hoje atura Donald Trump. Saudades de Gene Kelly,Fred Astaire, Cyd Charisse e Debbie Reynolds...
ResponderExcluirMagnífico, Maravilhoso, Estupendo, Fantástico adjetivos são poucos para falar desse filme. História simples que conquista as referencias explícitas ou implícitas a outros filmes são maravilhosas. Há tempos não sai do cinema leve sem obrigação de refletir sobre nada, esquecer por algumas horas nossa vida tão conturbada . Sem dúvida um dos melhores deste ano.
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