sexta-feira, 17 de março de 2017

Elis

 Os cantores estão bem biografados em cinema. Lembro de Luiz Gonzaga e de Tim Maia. Agora é a vez de Elis Regina. O filme “Elis”, de Hugo Prata com roteiro de Luiz Bolognesi, Vera Egito e do próprio diretor, conta bem a historia da mocinha gaúcha que vai com o pai tentar a sorte no radio do Rio de Janeiro. Certo que apressa o andor e deixa que se veja apenas alguns problemas enfrentados, especialmente o seu papel na época do governo militar quando chega a cantar para soldados depois de uma intimação que poderia prejudicar sua carreira(“afinal”, disse ela, “Maurice Chevalier cantou para os nazistas”).
                O filme não seria o que é se não fosse o empenho da atriz Andreia Horta. Até no sorriso ela lembra Elis. Dubla algumas musicas e expressa bem os traumas sofridos pela biografada, especialmente seus relacionamentos com dois homens.
                Narrado linearmente o trabalho do diretor mostra-se capaz de expor o talento da “pimentinha” que deixou marcas profundas na mpb de um tempo. O filme já existe em dvd e bluray e hoje se pode fazer uma coleção de obras cinematográficas que tratem de figuras da musica popular brasileira(só a abordagem em Noel Rosa é que ficou muito ruim).

                Exibido com sucesso nas salas comerciais de Belém, “Elis” vai agora ficar um mês em cartaz (só aos domingos) no Cine Estação. O problema é que foi muito visto. Não deve dar publico. E a meta agora de quem está programando o cinema da sala Maria Sylvia Nunes é mostrar títulos nacionais atrativos. Acabou o espirito de “sala de arte”. Uma pena.

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