segunda-feira, 6 de março de 2017

Silencio

No século XVII dois padres jesuítas viajam para o Japão em busca de seu mentor, padre Ferreira, ha muito desaparecido. Na região onde procuram o religioso sabem que o cristianismo é tido como ilegal e os que processam esta fé são executados.
O filme “Silencio”(Silence) é derivado de um livro de Shûsaku Endô com roteiro de Jay Cocks e do diretor Martin Scorsese.Este ultimo, de formação católica, desejava levar ao cinema o texto japonês desde a época em que filmou “A Última Tentação de Cristo”, roteiro de Paul Schrader vindo de um livro do grego Nikos Kazantzakis.  Mas o projeto era muito caro e não interessou aos grandes estúdios de Hollywood. Ousou agora, com verba própria, arriscando prejuízo pois o custo foi de  $40.000.000 (estimado)e a renda nos EUA  só chegou em fevereiro a $7.079.191.
         Liam Neeson faz o padre desaparecido. Andrew Garfield e Adam Driver os que o buscam. Nessa viagem tormentosa os personagens testam a sua fé, ou a sua capacidade de pelo menos esconder dos algozes a sua crença.
         O trabalho árduo de Scorsese gasta na tela quase 3 horas. Não é fácil de ser visto. Mas o objetivo, ou seja, a luta pela manutenção da crença em Jesus Cristo, é conseguida especialmente através dos interpretes (todos corretos). Só Liam Neeson tem pouco a fazer (mesmo porque aparece pouco).
         Scorsese filmou em locais que tem a ver com os acontecimentos narrados e usa tonalidades que emprestam o necessário tom emocional que preside as situações. Não chega, contudo, a discutir com mais rigor a questão da vulnerabilidade da fé, embora não repita as cenas de martírios e mártires que se viu em filmes do gênero.
         “Silencio “é um esforço de cineasta-autor, e se não chega a excelência deve-se, por certo, à uma maquiagem da Paramount para  que o filme ficasse mais acessível ao grande publico. Nota-se esta maquilagem, mas se compreende no esforço do diretor em concretizar um velho projeto. Ou sonho.
         A exibição brasileira está marcada para o dia 9/3. Milagrosamente chega à Belém. 
  

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