No século XVII dois padres jesuítas
viajam para o Japão em busca de seu mentor, padre Ferreira, ha muito
desaparecido. Na região onde procuram o religioso sabem que o cristianismo é
tido como ilegal e os que processam esta fé são executados.
O filme “Silencio”(Silence)
é derivado de um livro de Shûsaku Endô com roteiro de Jay Cocks
e do diretor Martin Scorsese.Este
ultimo, de formação católica, desejava levar ao cinema o texto japonês desde a
época em que filmou “A Última Tentação de Cristo”, roteiro de Paul Schrader
vindo de um livro do grego Nikos Kazantzakis. Mas o projeto era muito caro e não
interessou aos grandes estúdios de Hollywood. Ousou agora, com verba própria,
arriscando prejuízo pois o custo foi de $40.000.000 (estimado)e
a renda nos EUA só chegou em fevereiro a
$7.079.191.
Liam Neeson faz o padre desaparecido.
Andrew Garfield e Adam Driver os que o buscam. Nessa viagem tormentosa os
personagens testam a sua fé, ou a sua capacidade de pelo menos esconder dos
algozes a sua crença.
O trabalho árduo de Scorsese gasta na
tela quase 3 horas. Não é fácil de ser visto. Mas o objetivo, ou seja, a luta
pela manutenção da crença em Jesus Cristo, é conseguida especialmente através dos
interpretes (todos corretos). Só Liam Neeson tem pouco a fazer (mesmo porque
aparece pouco).
Scorsese filmou em locais que tem a ver
com os acontecimentos narrados e usa tonalidades que emprestam o necessário tom
emocional que preside as situações. Não chega, contudo, a discutir com mais
rigor a questão da vulnerabilidade da fé, embora não repita as cenas de martírios
e mártires que se viu em filmes do gênero.
“Silencio “é um esforço de
cineasta-autor, e se não chega a excelência deve-se, por certo, à uma maquiagem
da Paramount para que o filme ficasse
mais acessível ao grande publico. Nota-se esta maquilagem, mas se compreende no
esforço do diretor em concretizar um velho projeto. Ou sonho.
A exibição brasileira está marcada para
o dia 9/3. Milagrosamente chega à Belém.
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