“Fome de Poder”(The
Founder)pretende contar a historia de Ray Krock, um modesto vendedor que descobriu
o restaurante dos irmãos McDonald e impressionado com o serviço que imprimia
rapidez de atendimento, convenceu os donos da casa a criar filiais em outras cidades,
acabando por inaugurar McDonalds em muitos estados norte-americanos e até mesmo
assegurar para si o nome da rede de refeições rápidas, desbancando os próprios fundadores.
Krock
morreu aos 81 anos em 1984. A historia de sua vida ganhou um roteiro para
cinema escrito por Robert D.Siegel (de “Turbo”)
e direção de John Lee Hanckock (de “Disney nos Bastidores de Mary Poppins”).
Evidentemente a trajetória do biografado ganhou realces hollywoodianos e chance
para Michael Keaton mostrar talento. Mas o resultado não deixa de ser uma aula
da maquina capitalista, de como o capital suga até mesmo direitos adquiridos.
O filme
chegou a ser cogitado para figurar entre os candidatos ao Oscar. Não deu, e
certamente não tinha capacidade de chegar ao pódio das produções do ano. Também
não é comercial no aspecto amplo. A chegada até aqui se deve, certamente, ao
distribuidor que exigiu lançamento amplo. Mas eu não creio que vá agradar
muito. Vale por Keaton e pela lição de como fazer fortuna mesmo por cima dos
outros. Na realidade Krock, ao morrer, deixou para os herdeiros cerca de 50
milhões. Descendentes de sua terceira mulher, Joan(morta em 2003), devem ter
permitido o texto que deu margem ao filme. Afinal, o empresário esperto é o
mocinho da historia. O problema é que a narrativa não entra em detalhes de como
ele foi ficando rico. Há elipses que não devem ter sido cogitadas no plano
real. Mas em tese é essa trama de ganhar dinheiro, e especialmente de como se
pode passar a perna em quem tenha dado a ideia de construir a riqueza.
Um
filme menor com um desempenho de bom nível. Keaton precisava disso depois de “Spotlight”
e em trabalhos menores que hoje somam 78 a contar com 3 inéditos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário