segunda-feira, 20 de março de 2017

Replay

 Há um momento neste “Kong, A Ilha da Caveira” em que o gigantesco macaco tira do fundo do rio a mocinha(que mostra um folego extraordinário), segura-a na mão esquerda, luta contra um animal alado e ainda assim consegue deixar a garota em perfeita saúde no devido chão. No Kong de 1933 concebida pela dupla Merian C.Cooper e Ernst B. Schoedsack, a heroína está acanhada no alto do edifício Empire State, então o mais alto do mundo, enquanto o macacão,seu raptor, enfrenta aviões que lhe metralham. Hollywood se repete estimulada pela bilheteria. É obvio posto que o cinema industrial vive do que vende. Mas é também observável que a imaginação gera frutos. Infelizmente os grandes roteiristas imaginativos como Richard Matheson, já não estão neste mundo. Resta as franquias. Repete-se ou continua-se o que já se viu. O novo Kong é isso. Começa tocando na guerra do Vietnam e focaliza um bando de helicópteros a lembrar “Apocalipse Now”. Até aí nada de novo na tela. E passa-se à uma expedição que encontra a tal Ilha da Caveira onde moram criaturas pré-históricas, todas perdendo em altura para o Kong que bate no peito como quem diz: “-Ninguém é melhor do que eu”.
                Nada no filme escrito por Dan Gilroy e Borenstein e dirigido por Jordan Vogt Roberts é novidade. Basicamente é a historia de Bill Randa (John Goodman)  membro de uma organização secreta que convence um senador dos Estados Unidos a patrocinar uma expedição. Segue a Guerra do Vietnã, e o Coronel Packard (Samuel L. Jackson) oferece ajuda aos cientistas, comandados por James Conrad (Tom Hiddleston) e a fotógrafa Mason (Brie Larson) na busca de elementos interessantes na área da antropologia (?), chegando ao ninho dos dinos e do ilustre símio que em CGI parece bem maior do que aquele que a RKO distribuiu em stop-motion nos anos 30.

            Nos cinemas o filme chega em 3D para o macaco se expandir. Mas o espectador inteligente deve ficar mesmo em casa. E o pior: no ultimo plano deste novo filme o macaco só falta dizer; “-Eu voltarei”. E a câmera “morre”no olho dele. Isto quer dizer uma nova franquia. Já se fala em novo embate de Kong com Godzilla. Eles se encontraram antes em filme de Ishiro Honda(1963).E daí ? Há quem pague para ver.

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