domingo, 14 de maio de 2017

Autopsia

                O filme “Autopsia”, no original “Autopsy of Jane Doe”, começa errando em trocar necropsia por autopsia.  No meu tempo de faculdade de medicina um professor discorreu sobre esta gafe afirmando que não se pode fazer exame cadavérico de si mesmo (auto). O “necro” é o certo. Mas o roteiro do filme dirigido por Andre Ovredal escrito pela dupla Ian Goldberg e Richard Naing fica por aí mesmo porque nada tem de aula de anatomia patológica. O enredo trata de um cadáver de mulher que chega à uma funerária do interior de um estado norte-americano para que os anatomistas, pai e filho, saibam de que a jovem morreu (e se possível quem ela é). Os homens se espantam quando,depois de retirado o coração e os pulmões,observam, no cérebro, uma vascularização absolutamente improvável. Depois é que descobrem, lendo um papel encontrado miraculosamente no estomago da mulher, que se trata de uma feiticeira de Salem, casta lendária por sua magia de fazer inveja a qualquer herói da Marvel.
                Não adiante subterfugio: o filme termina por falta de personagens. Todos acompanham a bela defunta que, no fim das contas, nada tem de defunta (mesmo sem órgãos vitais).
                O objetivo é o terror. Não faltam os acordes em certos momentos e caras feias que vão de corpos mutilados a caretas dos vivos. Eu pensei que a trama ficasse no ato de abrir um corpo, na explicitude do exame cadavérico. Não é. É terror de almanaque, com ligeiras inovações que cabem mais da ausência de efeitos de CGI.

                Felizmente é um filme B, de menos de 90 minutos, que escapa da fauna de monstros que atualmente “moram”em outros planetas(olhem aí o novo Alien). Não cansa,não macula o bom senso nem é mal feito. Não vale é, como eu fiz, buscar uma copia legendada longe de onde eu moro .O melhor mesmo é esperar a edição em dvd.Ou baixar a coisa. Não dá em maldição de bruxa...

Um comentário:

  1. É um filme honesto. Foi desta forma que o vi. Achei o primeiro e segundo ato legal. Traziam discussões sobre razão e sobrenatural. Mas o terceiro ato descamba totalmente para os clichês típico do gênero.

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