Alla Nazimova (1879-1945) foi uma das “vamps” (como
se chamava a atriz que fazia questão de se mostrar sedutora) da Hollywood do
tempo do cinema silencioso. O paraense Syn de Conde a conheceu e falava de um
flerte. Em 1922 Nazimova fez a versão “moderna” de “A Dama das Camélias”(Camille)
de Alexandre Dumas com o galã mais festejado desse tempo: Rudolph (ou Rodolfo)
Valentino. O filme ganhou roteiro de June Mathis e pretendeu jogar a trama do
romance, ambientado no século XVIII, para a época da realização (anos 20).
Hoje é uma relíquia histórica. Valentino aparece como as
plateias o queriam, nem tanto como o sedutor mas o seduzido por uma cortesã que
ele conheceu quando ela seguia os ricaços da época e não parecia dar boa para
um jovem que apesar de pertencer à classe media não exibia marca de riqueza.
O romance segue a derrocada da cortesã. Doente
(supostamente tuberculosa) ela acaba seus dias suspirando por um amado que
desencontrou. Um pouco diferente da Marguerite Gautier de Dumas, mas certamente
a mascara que se pediu à atriz, aqui em seu papel de maior destaque numa
carreira de 23 títulos (o ultimo em “Desde que Partiste” em 1944 ou seja, já no
cinema sonoro).
“A Dama das Camélias” estará este ano marcando o
aniversario do nosso cinema Olympia, o mais velho do país. A estréia, por
sinal, coube ao próprio Olympia na fase de recanto dos milionários da borracha.
É a chance do publico atual ver dois astros que seus bisavós amaram (Valentino
e Nazimova). E com o garbo da musica ao vivo, como se fazia na fase de
lançamento do filme.
É o exemplo de clássico popular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário