quinta-feira, 19 de abril de 2018

A Dama das Camelias


Alla Nazimova (1879-1945) foi uma das “vamps” (como se chamava a atriz que fazia questão de se mostrar sedutora) da Hollywood do tempo do cinema silencioso. O paraense Syn de Conde a conheceu e falava de um flerte. Em 1922 Nazimova fez a versão “moderna” de “A Dama das Camélias”(Camille) de Alexandre Dumas com o galã mais festejado desse tempo: Rudolph (ou Rodolfo) Valentino. O filme ganhou roteiro de June Mathis e pretendeu jogar a trama do romance, ambientado no século XVIII, para a época da realização (anos 20).
Hoje é uma relíquia histórica. Valentino aparece como as plateias o queriam, nem tanto como o sedutor mas o seduzido por uma cortesã que ele conheceu quando ela seguia os ricaços da época e não parecia dar boa para um jovem que apesar de pertencer à classe media não exibia marca de riqueza.
O romance segue a derrocada da cortesã. Doente (supostamente tuberculosa) ela acaba seus dias suspirando por um amado que desencontrou. Um pouco diferente da Marguerite Gautier de Dumas, mas certamente a mascara que se pediu à atriz, aqui em seu papel de maior destaque numa carreira de 23 títulos (o ultimo em “Desde que Partiste” em 1944 ou seja, já no cinema sonoro).
“A Dama das Camélias” estará este ano marcando o aniversario do nosso cinema Olympia, o mais velho do país. A estréia, por sinal, coube ao próprio Olympia na fase de recanto dos milionários da borracha. É a chance do publico atual ver dois astros que seus bisavós amaram (Valentino e Nazimova). E com o garbo da musica ao vivo, como se fazia na fase de lançamento do filme.
É o exemplo de clássico popular.

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