quarta-feira, 25 de abril de 2018

Três Assassinatos


Desde que vi “Depois da Vida”(Wandafuru raifu/1998)passei a acompanhar na medida do possível(é o que se consegue ver por aqui)o trabalho do cineasta e escritor Horokazu Koreeda, um digno representante do estilo de Ozu e um dos mais inventivos autores do cinema japonês desde Kurosawa.
“O Terceiro Assassinato”(Sandome no satjusin/2017) podia ter chegado a um de nossos cinemas comerciais pois foi lançado no Brasil no dia 19 deste mês e ano(abril/2018). Não chegou nem vai chegar. Mas já está disponível para download.
Aqui o diretor de “Pais e Filhos’ aborda um julgamento. Os advogados de um preso lutam com o fato dele ter confessado um crime de morte com cremação de cadáver. Mas em meio às visitas de um desses defensores o homem conta que é inocente, que disse ter sido um assassino por conta da promessa de seu primeiro advogado que afirmou ser um modo dele escapar da pena de morte. No prosseguir do filme se sabe de outras personagens que podem mudar situação. Mas há sempre reticencias. E o cinema usa de métodos que enfatizam isso. Há um plano em que possível criminoso e seu novo advogado são vistos de forma cruzada, os dois rostos no mesmo foco (e com a luz incidindo por sobre eles).
                Koreeda é brilhante em seu artesanato. Nunca esqueci o além em que as almas são obrigadas e filmar o melhor momento de suas vidas quando nos corpos. E os meninos que desejam ver passar o trem-bala. Uma forma delicada que implica numa resposta emotiva do espectador.
                “Três Assassinatos” caminha de forma inédita na obra do roteirista-diretor. E prova uma difícil versatilidade. Procurem ver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário