Desde que vi “Depois da Vida”(Wandafuru raifu/1998)passei a
acompanhar na medida do possível(é o que se consegue ver por aqui)o trabalho do
cineasta e escritor Horokazu Koreeda, um digno representante do estilo de Ozu e
um dos mais inventivos autores do cinema japonês desde Kurosawa.
“O Terceiro Assassinato”(Sandome no satjusin/2017) podia ter
chegado a um de nossos cinemas comerciais pois foi lançado no Brasil no dia 19
deste mês e ano(abril/2018). Não chegou nem vai chegar. Mas já está disponível para
download.
Aqui o diretor de “Pais e Filhos’ aborda um julgamento. Os
advogados de um preso lutam com o fato dele ter confessado um crime de morte
com cremação de cadáver. Mas em meio às visitas de um desses defensores o homem
conta que é inocente, que disse ter sido um assassino por conta da promessa de
seu primeiro advogado que afirmou ser um modo dele escapar da pena de morte. No
prosseguir do filme se sabe de outras personagens que podem mudar situação. Mas
há sempre reticencias. E o cinema usa de métodos que enfatizam isso. Há um
plano em que possível criminoso e seu novo advogado são vistos de forma
cruzada, os dois rostos no mesmo foco (e com a luz incidindo por sobre eles).
Koreeda
é brilhante em seu artesanato. Nunca esqueci o além em que as almas são obrigadas
e filmar o melhor momento de suas vidas quando nos corpos. E os meninos que
desejam ver passar o trem-bala. Uma forma delicada que implica numa resposta
emotiva do espectador.
“Três
Assassinatos” caminha de forma inédita na obra do roteirista-diretor. E prova
uma difícil versatilidade. Procurem ver.
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