A nossa Historia é cheia de
contrastes. Durante o governo Castelo Branco, em 1964 surgiu a Lei Nº 4. 897, de 9
de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes
como, oficialmente, Patrono
da Nação Brasileira. Seria um modo de festejar a independência
do país. E naquele tempo os militares passaram a impor comportamentos que
cerceavam a liberdade de expressão, prendiam e matavam quem desobedecesse as
ordens.
Tiradentes, ou Joaquim José da
Silva Xavier, foi o mais humilde dos que se exibiram contra o mando da coroa
portuguesa, em especial a “derrama”, método que estipulava o quanto sairia dos
bolsos nacionais para a corte de além-mar, medida que o governo mineiro da
época, o Marquês de Barbacena, impunha como forma de não cair à quantia que se
exportava quando se começou o mando do ouro brasileiro aos lusos.
Havia outros rebeldes, como Claudio Manoel da Costa, Tomas Antonio Gonzaga Inácio de Alvarenga Peixoto, mas Joaquim, o alferes, era o humilde e o que mais
gritava contra a o poder local. Nesse tempo aconteceu a traição de Silvério dos Reis, dizendo ao governador que Joaquim planejava mata-lo, e o
resultado foi a prisão, o enforcamento, a decapitação (e esquartejamento) do
suposto líder (os outros inconfidentes escaparam). Engraçado é que durante a
ditadura brasileira do século XX o personagem foi deificado e sua morte deu
margem a um feriado nacional (21 de abril).
Em 2018 o bode expiatório é o
torneiro mecânico que chegou a governar o país e deixou uma serie de planos que
beneficiaram os mais pobres. Lula foi
incriminado de muita coisa, até de ter recebido um presente caro e ter, segundo
seus algozes, “lavado dinheiro” (não se diz que em seu governo descobriu-se o
pré-sal e com isso aumentou a quota da Petrobras, mas se o acusa de roubo na
empresa). Não pesa o prestigio internacional que o ex-presidente ganhou a ponto
de trazer para o Brasil a Copa do Mundo e Olimpíada no mesmo tempo e ganhar
titulo de “doutor honoris-causa” em alguns países quando só tinha o curso
primário.
A trajetória de Lula não
terminou e no futuro certamente ele vai ser nome de rua e quem sabe outro
feriado nacional. É uma rotina a Historia se repetir como a roda gigante da
valsa. Engraçado é que na época de sua presidência Lula ganhou um filme com o
nome “O Filho do Brasil”. Hoje poderia inspirar uma segunda etapa do que seria
mais uma franquia cinematográfica. Também curioso é que o sindicalista foi
preso num mês de abril na época da ditadura militar. O mês de Tiradentes.
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