“Adeus
Lenin” é um dos melhores filmes alemães da fase pós-expressionismo que me foi
dado a ver. Com roteiro do diretor Wolfgang Becker e mais Bernd Lichtenberg e
outros 3 colaboradores trata de uma senhora mãe de um casal de filhos que sofre
um ataque cardíaco na Alemanha Oriental, época em que a capital alemã estava
dividida e a parte dominada pela URSS vedava comunicação com a outra administrada
pelos aliados na 2ª Guerra, entrando em estado de coma e que o filho Alex
(Daniel Bruhl) começa a produzir um cenário para que ela, fanática do regime
comunista, não sinta que o país foi unificado, o muro que separava as duas
Berlim caiu, e até o dinheiro é o usado no ocidente.
Com atores afinados, especialmente Daniel, o filme mantem um
ritmo sempre agradável de se acompanhar a trama, com todo o arsenal técnico funcionando
para manter a ficção nos parâmetros de realidade histórica.
Duas sequencias merecem destaque: quando a doente consegue
sair do leito e ganhar as ruas da metrópole que desconhecia, vendo, nesse
momento, uma estatua de Lenin transportada por um helicóptero e num plano médio
ela parecendo apontar para a personagem que se espanta com tudo o que vê. Outra sequencia é quando as cinzas da
matriarca são transportadas pelo filho num foguete para que se espalhem no espaço.
É importante observar como o roteiro escapa do melodrama que
persegue a historia e consegue dar um quadro dramático que enfatiza a situação
politica da Alemanha do final do século passado. Como o diretor é um dos
roteiristas diz-se que se trata de um magnifico “filme de autor”.
Excelente ideia de exibir este grande momento do cinema
alemão na UFPA.
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