Quem
conhece Charlie Kaufmann de outros carnavais não se espanta com a inventividade
deste “Anomalisa” onde ele estreia na animação (no caso a stop-motion). A
historia é muito simples: um executivo viaja a negócios e encontra velha
namorada e uma jovem amiga dela com quem passa a manter um flerte de passagem.
O executivo tem mulher e filho esperando por ele em Los Angeles. Mas o momento
de amor com a estranha Lisa, ou Anomalisa, gera mais que uma aventura,
desmontando um processo de solidão.
É um
exemplo raro de animação adulta para adultos. Pode-se indagar o uso de bonecos
ao invés de pessoas que certamente repisariam dramas íntimos como o “Brief
Encounter” de David Lean & Noel Coward. Mas há um plano que explica: o
personagem deixa cair seu queixo quando se encaminha para o quarto onde fará
sexo com a estranha. Ele imediatamente cola o pedaço de rosto e prossegue sua odisseia.
Com isso Kaufmann diz da reavaliação do
tipo, e a simbologia só é possível na animação.Nada mais espanta quando a
seguir se vê um coito de bonecos com detalhes a rastear o explicito.
“Anomalisa”é
bem de Kaufman o autor de roteiros como os de “Quero ser John Malokovich”e “Brilho
Eterno de uma Mente sem Lembranças”e na direção, “Sinédoque Nova York”.
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