sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Anomalisa

                Quem conhece Charlie Kaufmann de outros carnavais não se espanta com a inventividade deste “Anomalisa” onde ele estreia na animação (no caso a stop-motion). A historia é muito simples: um executivo viaja a negócios e encontra velha namorada e uma jovem amiga dela com quem passa a manter um flerte de passagem. O executivo tem mulher e filho esperando por ele em Los Angeles. Mas o momento de amor com a estranha Lisa, ou Anomalisa, gera mais que uma aventura, desmontando um processo de solidão.
                É um exemplo raro de animação adulta para adultos. Pode-se indagar o uso de bonecos ao invés de pessoas que certamente repisariam dramas íntimos como o “Brief Encounter” de David Lean & Noel Coward. Mas há um plano que explica: o personagem deixa cair seu queixo quando se encaminha para o quarto onde fará sexo com a estranha. Ele imediatamente cola o pedaço de rosto e prossegue sua odisseia. Com isso Kaufmann  diz da reavaliação do tipo, e a simbologia só é possível na animação.Nada mais espanta quando a seguir se vê um coito de bonecos com detalhes a rastear o explicito.

                “Anomalisa”é bem de Kaufman o autor de roteiros como os de “Quero ser John Malokovich”e “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”e na direção, “Sinédoque Nova York”.

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