segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Oscar 2016

                Já estava para não aguentar a verborragia de Chris Rock mas pensei na tradição que foi a assistência da transmissão do Oscar a ponto de, em um ano. Alexandrino Moreira ter comprado o horário da então Tv Guajará para exibir o programa da Academia de Hollywood. Dizia-se que era patrocínio da nossa associação de críticos.
                Bem, eu havia apostado no que achava entender os votantes da fauna de Hollywood,ou seja em Di Caprio, Iñarritu, “O Regresso” e “Divertida Mente”(o trocadilho infame leva-me a chamar sempre o filme de “Inside out”). Não deu apenas um resultado . Mas fui pensar melhor e vi que os eleitores quiseram evidenciar a liberdade de expressão que sempre foi a melhor propaganda norte-americana. “Spotlight” está no ninho de “Mr Smith Goes to Washington”, de “Todos os Homens do Presidente”, de “Sete Dias de Maio” e outro títulos que preferiram não dourar pílulas e propagar a democracia praticada pelos EUA.
                Os jornalistas de “Spotlight” irmanam com os economistas de “A Grande Aposta” preferindo mostrar quem ilude o povo desde que isso lhes traga benefícios. Engraçado é que logo depois de ver o filme ora premiado com o Oscar assisti ao estranho”O Clube”(El Club) onde se trata de padres pedofilos no Chile, estes isolados e um deles se matando quando uma de suas vitimas surge gritando adiante do prédio onde ele e colegas se acomodam. Ali a exibição da sexualidade reprimida pelo “voto de castidade” da Igreja Católica chega ao máximo, mostrando cenas animalescas. O roteiro é desses que condena a repressão à fisiologia por quem não pode fazer isso. No caso de “Spotlight” há um aceno ao fato real e recente, e a denuncia seria matéria de jornal que foi escondida em tempo hábil para não fomentar criticas de quem pode ajudar na venda e anúncios. O silencio dessa turma levou a triplicar os casos de abusos sexuais em menores por sacerdotes incontrolados(ou incontroláveis). O roteiro do diretor Tom McCarthy e Josh Singer ganhou também o premio do ano. E não só da Academia, mas também dos “indies” ou quem faz cinema independente. Essas vitórias reforçam a imagem de uma Hollywood adulta, registrando uma época.

                Valeu a minha madrugada (normalmente durmo cedo).  

Um comentário:

  1. Gostei do oscar esse ano, todas os premiados mereceram, algumas surpresas, não gostei também da questão dos negros, ficou cahta em alguns momentos

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