Já estava
para não aguentar a verborragia de Chris Rock mas pensei na tradição que foi a assistência
da transmissão do Oscar a ponto de, em um ano. Alexandrino Moreira ter comprado
o horário da então Tv Guajará para exibir o programa da Academia de Hollywood.
Dizia-se que era patrocínio da nossa associação de críticos.
Bem, eu
havia apostado no que achava entender os votantes da fauna de Hollywood,ou seja
em Di Caprio, Iñarritu, “O Regresso” e “Divertida Mente”(o trocadilho infame
leva-me a chamar sempre o filme de “Inside out”). Não deu apenas um resultado .
Mas fui pensar melhor e vi que os eleitores quiseram evidenciar a liberdade de
expressão que sempre foi a melhor propaganda norte-americana. “Spotlight” está
no ninho de “Mr Smith Goes to Washington”, de “Todos os Homens do Presidente”,
de “Sete Dias de Maio” e outro títulos que preferiram não dourar pílulas e
propagar a democracia praticada pelos EUA.
Os
jornalistas de “Spotlight” irmanam com os economistas de “A Grande Aposta” preferindo
mostrar quem ilude o povo desde que isso lhes traga benefícios. Engraçado é que
logo depois de ver o filme ora premiado com o Oscar assisti ao estranho”O Clube”(El
Club) onde se trata de padres pedofilos no Chile, estes isolados e um deles se
matando quando uma de suas vitimas surge gritando adiante do prédio onde ele e
colegas se acomodam. Ali a exibição da sexualidade reprimida pelo “voto de
castidade” da Igreja Católica chega ao máximo, mostrando cenas animalescas. O
roteiro é desses que condena a repressão à fisiologia por quem não pode fazer
isso. No caso de “Spotlight” há um aceno ao fato real e recente, e a denuncia
seria matéria de jornal que foi escondida em tempo hábil para não fomentar
criticas de quem pode ajudar na venda e anúncios. O silencio dessa turma levou
a triplicar os casos de abusos sexuais em menores por sacerdotes
incontrolados(ou incontroláveis). O roteiro do diretor Tom McCarthy e Josh
Singer ganhou também o premio do ano. E não só da Academia, mas também dos “indies”
ou quem faz cinema independente. Essas vitórias reforçam a imagem de uma
Hollywood adulta, registrando uma época.
Valeu a
minha madrugada (normalmente durmo cedo).
Gostei do oscar esse ano, todas os premiados mereceram, algumas surpresas, não gostei também da questão dos negros, ficou cahta em alguns momentos
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