“Yema”
(Mãe)é um filme argelino que deve chegar ao nosso Cine Olympia. A linguagem
desafia a paciência do espectador. Lento a casar com a aridez do cenário, conta
o drama de uma senhora com o marido desaparecido na guerra, um filho morto que
ela enterra, outro que a ajuda mas procura sempre impor sua autonomia na
pequena fazenda onde vivem, e ainda um outro que chega de uma batalha com a
bala na perna e precisando de cuidados, como morfina para a dor que sente, e
que não sensibiliza a “yema”. Além disso ela tenta criar um bebê que “sobra” do
conflito armado.
Crueldade
ao ponto de saturação alia-se ao relato frio que Djamila Sahraoui ,
assinando a direção, emprega. É o tipo do filme de festival (esteve na mostra
de Veneza em 2012). O grande publico deve odiar, mas é importante
Ainda
no Olympia dois programas dignos: “O Menino e o Mundo”, animação nacional que
chega ao páreo do Oscar, lembrando “O Quarto de Jack” na historia de um garoto
que se mete a conhecer o mundo saindo de seu espaço natal. E o filme alemão “Duas
Irmãs e Uma Paixao”de Dominik Graf, este bem acessível às plateias medianas,
com a trama focalizando o romance das moças do titulo com o poeta Schiller,
começando quando ele não é conhecido, aparecendo para pedir informações por
onde anda. A narrativa direta e os atores bem dirigidos conseguem construir um
melodrama a lembrar o melhor de um Douglas Sirk.
Os
programas foram selecionados pela ACCPA e junto ao que está no Libero Luxardo
salvam as semanas de cinema em Belém. O que paira nas salas de shopping são
produtos modulados pela bilheteria americana e no caso de nossa cidade dão
rasteira em filmes de bom nível que os mesmos circuitos exibidores lançam em
outras cidades do país, muitas do norte como Manaus e S.Luís.
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