quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O Enigma de Carol

                Carol e Therese ficam juntos quando a câmera as abandona em “Carol”(EUA,2015) ? Os ulimos planos focalizam closes das duas em posições diversas, Carol com amigos vê a amiga&amante e sorri. Therese está triste olhando para ela. Fim. Se as duas mulheres homo vão continuar no mesmo leito cabe ao espectador. E isto engrandece o filme de Todd Haynes,não sei se respeitoso ao roteiro de Phyllis Nancy baseado no livro de Patricia Higsimith. Se desrespeitou melhor. O cinema que pede a participação de quem o vê é o que combate a alienação sem entrar no rol dos charadistas que embaralham imagens pensando que assim estão reinventando uma arte de mais de cem anos.
                No pareo dos  Oscar estão bons filmes. A turma que acha a escolha preconceituosa porque não reservou espaço para outras etnias é a mesma formada por pretos,brancos e amarelos que escolhem os títulos a competir.

                Em Belém está “Brooklyn” e esteve “Carol”. Noutras praças está agora “A Garota Dinamarquesa” que me pareceu muito bom. E na próxima semana talvez esteja “O Quarto de Jack”(Room) este, a meu ver, um dos melhores da competição. Aliás eu pensei no Mito da Caverna ao ver o garoto e a mãe presos num quarto por 7 anos(ele desde que nasceu). Não sei se o roteiro pensou em Platão. A escritora Emma Donohue pode não ter pensado no filosofo grego. Não importa, o tema destila a impressão do aprisionamento com toda a carga de consequências em torno. É um belo filme do irlandês Lenny Abrahamson o mesmo de “Frank” onde assinou Leonard Abrahamson. Tomara que chegue mesmo a um dos nossos cinemas, embora no circuito comercial seja difícil pela ambição dos blockbuster. Por sinal que na revista “Preview” está um relatório de próximas estréia e isso aterrorize. É só espetáculo da linha Mavel... 

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