Escrito por Rhett Reese e Paul Wernick a
dupla de “Zumbilandia”, o novo recordista de bilheteria americana, “Deadpool”,
é um prodígio de gags indispostas à propalada noutros tempos “moral e bons
costumes”.
Dirigido pelo estreante Tim Miller o
filme usa de metacinema para gozar de colegas super-herois, até mesmo da
MARVEL, autora do personagem nos quadrinhos e certamente nada mais do que uma licença
para uma produção da Fox.
Ryan Reynolds faz o papel-titulo e
conta entre uma situação que mostra os poderes do mocinho denominado Deapool,
como passou a vestir um uniforme vermelho que lhe deixa com olhos tapados mas
enxerga(em si uma ironia). É o trabalhador Wade, namorado da prostituta Vanessa
(Morena Baccarin), que apesar do físico avantajado é diagnosticado com câncer terminal
e por isso aceita o tratamento drástico oferecido por um cliente do bar que
frequenta. Este tratamento leva-o à uma reorganização celular que não só
dissipa as células doentes como o torna invulnerável. Mas a operação o deixa
disforme e por isso usa capas. Apesar da feiura, não é desprezado pela amante e
passa a perseguir o seu operador que nos estertores após um combate feroz diz
que é inútil, que não se pode maquilar o feioso.
Tim Miller e seus roteiristas brincam com um gênero
que hoje lota cinema. E a gozação, por incrível que pareça, está dando mais
dinheiro do que as aventuras comuns dos gigantes nascidos das novas HQ. Nada é
poupado e cita-se Wolverine e a turma X-Men. Nesta gozação X-Rated (o nosso “improprio
até 16-ou 18- anos”) há de sexo anal, de “palavrões” à vontade(não sei se saíram
nas dublagens que eu evito) e apenas um liame moral: a feiura não é ponto
negativo para o amor e o lutador pelo bem,por mais que mate tudo o que possa
parecer “do mal”, sempre escapa com vida. Quer dizer: parodia não despreza
happy end e até por isso faz parte de elementos parodiados.
O filme é divertido. Talvez haja
excessos. Mas é a tecla shakespeariana, muito barulho por nada. E é o nada que
emerge da confusão criticando um tipo de historia em que se glorifica a ação
desmedida. Na tela grande, com todo o desconforto de ar condicionado irregular e
xênon fraca (além de som criticável) não deixa que se consulte o relógio.
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