sexta-feira, 4 de março de 2016

Deadpool

Escrito por Rhett Reese e Paul Wernick a dupla de “Zumbilandia”, o novo recordista de bilheteria americana, “Deadpool”, é um prodígio de gags indispostas à propalada noutros tempos “moral e bons costumes”.
Dirigido pelo estreante Tim Miller o filme usa de metacinema para gozar de colegas super-herois, até mesmo da MARVEL, autora do personagem nos quadrinhos e certamente nada mais do que uma licença para uma produção da Fox.
Ryan Reynolds faz o papel-titulo e conta entre uma situação que mostra os poderes do mocinho denominado Deapool, como passou a vestir um uniforme vermelho que lhe deixa com olhos tapados mas enxerga(em si uma ironia). É o trabalhador Wade, namorado da prostituta Vanessa (Morena Baccarin), que apesar do físico avantajado é diagnosticado com câncer terminal e por isso aceita o tratamento drástico oferecido por um cliente do bar que frequenta. Este tratamento leva-o à uma reorganização celular que não só dissipa as células doentes como o torna invulnerável. Mas a operação o deixa disforme e por isso usa capas. Apesar da feiura, não é desprezado pela amante e passa a perseguir o seu operador que nos estertores após um combate feroz diz que é inútil, que não se pode maquilar o feioso.
 Tim Miller e seus roteiristas brincam com um gênero que hoje lota cinema. E a gozação, por incrível que pareça, está dando mais dinheiro do que as aventuras comuns dos gigantes nascidos das novas HQ. Nada é poupado e cita-se Wolverine e a turma X-Men. Nesta gozação X-Rated (o nosso “improprio até 16-ou 18- anos”) há de sexo anal, de “palavrões” à vontade(não sei se saíram nas dublagens que eu evito) e apenas um liame moral: a feiura não é ponto negativo para o amor e o lutador pelo bem,por mais que mate tudo o que possa parecer “do mal”, sempre escapa com vida. Quer dizer: parodia não despreza happy end e até por isso faz parte de elementos parodiados.

O filme é divertido. Talvez haja excessos. Mas é a tecla shakespeariana, muito barulho por nada. E é o nada que emerge da confusão criticando um tipo de historia em que se glorifica a ação desmedida. Na tela grande, com todo o desconforto de ar condicionado irregular e xênon fraca (além de som criticável) não deixa que se consulte o relógio. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário