Para o
OSCAR cada profissional vota em sua categoria e só na de filme votam todos os
matriculados na Academia de Artes e Ciências de Hollywood.Dessa forma, quando
os produtores elegeram “Spotlight” estariam predizendo o resultado da escolha
deste ano, embora os colegas que votaram noutras categorias tenham hesitado
numa hegemonia que iria abranger a produção. Curioso é que o filme vencedor do
premio maior de agora também foi o escolhido pelos que elegeram o “indie” ou produções
independentes. Quem apostava em “O Regresso”perdeu (como eu) por embarcar no
favoritismo expresso nas redes sociais e sites dedicados a cinema. Mas
aconteceu o que irritava o amigo Edwaldo Martins:o filme ganhou o Oscar de
diretor mas perdeu na categoria principal. O Didi achava que se o diretor era
premiado obviamente o que ele fez também seria(pois o filme é tido –por sinal
erroneamente- como obra do diretor). Tanto não é bem assim que agora ficou mais
uma vez provado(a exemplo do que aconteceu com Steven Spielberg por “...Soldado
Ryan” e “A Lista de Schindler”).
Revi “Spotlight”
e reafirmei que é um filme de conteúdo forte, de um tema muito interessante e
bem abordado. Não vai longe é como cinestetica. A linguagem direta cai mais na área
do documental e tem a ousadia de fechar sem alardes. Realmente lembra o que
Alan Pakula fez em “Todos os Homens do Presidente”. Mas o tema de Pakula foi
resolvido pelos mocinhos da historia, os jornalista que ajudaram a saída de
Nixon do governo. Agora, Tom McCarthy não vai fundo no resultado das
publicações que exibiram a pedofilia sacerdotal oculta pela mesma imprensa que
agora o tratou quando parece menor o medo de afetar os leitores católicos. Os créditos
finais é que dão subsidio ao resultado das novas investigações e surge a
legenda com os países onde atuaram sacerdotes pedofilos. Isto implica em dizer
que o cinema não foi o bastante para mostrar em que deu a denuncia tratada.
Claro
que o chileno “O Grupo”(El Grupo) foi mais longe. Mas sem a elegância estilística
que trata um assunto delicado ou sem arriar para o lado dos agressores. Em
suma, Spotlight” é oportuno, é bom filme. De minha parte eu daria o Oscar a “O
Quarto de Jack”(Room),um esforço excelente de dimensionar a vida de uma criança
que até aos 7 anos viu o mundo de uma claraboia em seu quarto e o que estava na
tela de uma tv, (que ele dizia ser“uma
mentira”). Um gol foi dar premio à Brie Larson como a mãe do garoto(e ele
mereceria premio).
Meus
netos torceram em massa por “Mad Max”. O diretor australiano George Miller tem
a capacidade artesanal de um De Mille quando movimenta multidões e efeitos
especiais. Mereceu o que lhe deram (6 Oscar). Mas o melhor em sua carreira foi
aquele episódio de “No Limite da Realidade”onde um passageiro via um monstro na
asa do avião em que viajava.Deu surra nos colegas que fizeram as outras etapas
do filme. Uma prova de que o cineasta não é só um hábil condutor de grandes
produções. E tem de se considerar as animações pois os seus filmes do Pinguim e
do porquinho Babe são clássicos do gênero. Da próxima vez ele deve perseguir o
segundo troféu a se unir com o que mereceu pelo pinguim(Happy Feet). Que não
seja um desses Oscar honorário que são verdadeiros pés na cova.
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