terça-feira, 1 de março de 2016

Ainda o Oscar

                Para o OSCAR cada profissional vota em sua categoria e só na de filme votam todos os matriculados na Academia de Artes e Ciências de Hollywood.Dessa forma, quando os produtores elegeram “Spotlight” estariam predizendo o resultado da escolha deste ano, embora os colegas que votaram noutras categorias tenham hesitado numa hegemonia que iria abranger a produção. Curioso é que o filme vencedor do premio maior de agora também foi o escolhido pelos que elegeram o “indie” ou produções independentes. Quem apostava em “O Regresso”perdeu (como eu) por embarcar no favoritismo expresso nas redes sociais e sites dedicados a cinema. Mas aconteceu o que irritava o amigo Edwaldo Martins:o filme ganhou o Oscar de diretor mas perdeu na categoria principal. O Didi achava que se o diretor era premiado obviamente o que ele fez também seria(pois o filme é tido –por sinal erroneamente- como obra do diretor). Tanto não é bem assim que agora ficou mais uma vez provado(a exemplo do que aconteceu com Steven Spielberg por “...Soldado Ryan” e “A Lista de Schindler”).
                Revi “Spotlight” e reafirmei que é um filme de conteúdo forte, de um tema muito interessante e bem abordado. Não vai longe é como cinestetica. A linguagem direta cai mais na área do documental e tem a ousadia de fechar sem alardes. Realmente lembra o que Alan Pakula fez em “Todos os Homens do Presidente”. Mas o tema de Pakula foi resolvido pelos mocinhos da historia, os jornalista que ajudaram a saída de Nixon do governo. Agora, Tom McCarthy não vai fundo no resultado das publicações que exibiram a pedofilia sacerdotal oculta pela mesma imprensa que agora o tratou quando parece menor o medo de afetar os leitores católicos. Os créditos finais é que dão subsidio ao resultado das novas investigações e surge a legenda com os países onde atuaram sacerdotes pedofilos. Isto implica em dizer que o cinema não foi o bastante para mostrar em que deu a denuncia tratada.
                Claro que o chileno “O Grupo”(El Grupo) foi mais longe. Mas sem a elegância estilística que trata um assunto delicado ou sem arriar para o lado dos agressores. Em suma, Spotlight” é oportuno, é bom filme. De minha parte eu daria o Oscar a “O Quarto de Jack”(Room),um esforço excelente de dimensionar a vida de uma criança que até aos 7 anos viu o mundo de uma claraboia em seu quarto e o que estava na tela de uma tv,  (que ele dizia ser“uma mentira”). Um gol foi dar premio à Brie Larson como a mãe do garoto(e ele mereceria premio).
                Meus netos torceram em massa por “Mad Max”. O diretor australiano George Miller tem a capacidade artesanal de um De Mille quando movimenta multidões e efeitos especiais. Mereceu o que lhe deram (6 Oscar). Mas o melhor em sua carreira foi aquele episódio de “No Limite da Realidade”onde um passageiro via um monstro na asa do avião em que viajava.Deu surra nos colegas que fizeram as outras etapas do filme. Uma prova de que o cineasta não é só um hábil condutor de grandes produções. E tem de se considerar as animações pois os seus filmes do Pinguim e do porquinho Babe são clássicos do gênero. Da próxima vez ele deve perseguir o segundo troféu a se unir com o que mereceu pelo pinguim(Happy Feet). Que não seja um desses Oscar honorário que são verdadeiros pés na cova.



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