Sou do tempo em que a DC Comics rivalizava com a King
Features do grupo Hearst. Os quadrinhos da DC eram veiculados no Brasil pelas
revistas mensais do grupo Globo e os da King pela mesma editora em revistas
semanais como Gibi e Globo Juvenil. Pouco antes de meu período de leitor dessas
mídias os heróis da King surgiram no Suplemento Juvenil de Adolfo Aizen, o
pioneiro dessa arte em nosso terreno, ele que encontrara a “novidade” nos EUA
quando trabalhava para um jornal carioca e que chegou a trazer algumas
historias como “amostra grátis” para ver se seriam bem recebidas aqui. O
sucesso foi grande e quando Aizen voltou para pagar a novidade esta já havia sido comprada por Marinho. Os da
DC seguram o mesmo caminho inclusive na revista “O Lobinho” de Aizen(antes dele fundar a sua
Brasil-America com HQs de muitos países).
Batman (O Homem Morcego) e Superman(Super Homem) foram logo
sucesso e chegaram também em desenhos animados e series. Eu era um dos moleques
que ia para o cinema ver essas series, mais ainda quando eram exibidas de uma
vez em programa ousado da empresa local Cardoso&Lopes driblando a
distribuidora(no caso a Columbia).
Hoje os dois megaherois chegam em filme de custo elevado que
os coloca em luta um contra o outro. Na hora em que rascunho esse texto ainda
não consegui coragem para enfrentar mais de duas horas e meia numa sala gelada
para ver o filme com som original. Hoje ir ao cinema é missão difícil. E temo
em ver o besteirol que fizeram os heróis do passado. Penso em pegar uma dose de
kryptonita vendo a coisa. Mas devo ir. Obrigação de antigo fã de HQ. Mas sei
antes de ver que o novo filme é uma reação da Warner, dona da DC, ao sucesso da
Marvel, ora ganhando espaço nas telas com seus heróis em produções caras que a
Disney banca(posto que a Marvel é hoje membro da Disney).
“Superman
vs Batman, A Liga da Justiça” faturou mais de 400 mi na estreia americana. O
diretor Zack Snider, uma espécie de Michael Bay na arte de fazer produto
comercial de venda fácil, deve ter feito o bastante para magoar quem viu a
dupla ora beligerante em tempo de paz e amor. Haja saco!
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