sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

66 Anos de Bandeirante

Em 26 de fevereiro o meu cinema de casa, o Bandeirante, foi criado. O ano era 1950 e a hora do nascimento foi aproximadamente 3 da manhã. Nessa hora eu chegava em casa vindo do Rio com meus pais e meu irmão no Constelation da Panair do Brasil. Por ser um avião da chamada Frota Bandeirante e por eu achar que um cineminha caseiro era pioneirismo botei o nome de Bandeirante. O primeiro filme exibido foi um curta sobre o carnaval carioca daquele ano produzido por Alexandre Wulfes, sócio do Libero Luxardo no filme que fez em Mato Grosso(“A Retirada da Laguna”).
Ainda em fevereiro passei a alugar copias 16mm de longa metragem, primeiro na firma F. Aguiar que representava a RCA Victor(e de tabela a RKO Radio ). O filme de estreia foi “Um Rival nas Alturas” comedia de Metro com William Powell e Hedy Lammar, mais tarde soube que fazia parte de uma franquia com Powell representando um detetive.
O Bandeirante exibiu de tudo. Dos clássicos do Museu de Arte Moderna aos dramalhões mexicanos da Pel-Mex. Ali eu aprendi cinema na pratica. E testava a sensibilidade ao tempo em que lia sobre o assunto.
As exibições numa garagem duraram mais de 20 anos. O fim do Bandeirante foi em 1984 quando eu deixei a casa onde nasci. As ultimas imagens projetadas foram de meus próprios filmes. Um momento muito triste: já não tinha meus pais e as famílias minha  e de meu irmão migraram para espaços independentes.
Um dia eu ainda conto a historia do Bandeirante. Não está no livro de memorias que deve sair ainda este ano, mas até porque é um assunto vasto, pode ganhar espaço dilatado.

Hoje vejo na minha tela de TV os filmes em DVD & Bluray. Chamo de Bandeirante 2. A diferença maior é que neste novo canto há poucos espectadores. De praxe só eu e Luzia. No cinema que se foi era casa cheia de vizinhos & amigos.

Um comentário:

  1. Pedro,

    Tens tantas histórias para contar... A impressão que tenho, não o conheço pessoalmente, que és como uma biblioteca aberta que precisamos cavucar para o novo sempre encontrar.

    Parabéns pelo pioneirismo.

    Abraços!

    Carlos Lira

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