Duas animações
saltam aos olhos : “Com Amor, Van Gogh” e “A Moça sem Mãos”. A primeira usa da
técnica stop-motion colocando os desenhos acima das imagens de atores. Trata de uma
intriga ficcional passada depois da morte do pintor Vincent Van Gogh chegando à
conclusão de que o óbito foi ocasionado pelo agravamento de um disparo de sua arma ignorado para tratamento por seu médico, um pintor fracassado. A segunda é uma exposição livre de um
conto dos irmãos Grimm seguindo uma jovem que perdera as mãos tiradas por seu
próprio pai em um pacto com o diabo. Conhecendo um príncipe de quem terá um
filho não só ganha novas mãos como a posse de um castelo que ela acaba
rejeitando quando o príncipe volta de uma guerra e é alvo de uma intriga que
moldaram uma carta assinada por ele rejeitando a mulher. Os dois filmes de
alguma forma inovam no gênero que a Disney domina nos EUA e a PIXAR , que
acabou sendo parte da Disney, aprimora na imaginação de seus roteiros.
“...Van Gogh” é um grande
esforço estético com mais de 100 artistas pintando as personagens e “décor” com
as cores dos quadros do mestre da pintura. Apesar de se apegar a um enredo
típico de filme dramático com atores –e por aí exibe seus percalços, inclusive
de ritmo- o filme maravilha pela evocação de uma arte nobre, sendo como se Van
Gogh levasse à animação seus belos quadros.
“A Moça sem Mãos”(La Jeune Fille
Sans Mains) é cinema experimental em estado de graça. Traços esboçados jogam a
trama em sequencia sem uma ordenação acadêmica. É cinema criativo, sem
preocupação com a estética dramática tradicional. Quem já conhece o conto de
onde veio o enredo não terá dificuldade em acompanhar a odisseia da camponesa
sem mãos. Mas quem não sabe da historia talvez se atrapalhe se buscar uma trama
bem urdida. Não é este o objetivo dos autores que pensam apenas em criar
imagens novas, rascunhos que se juntam em fotogramas coloridos e descoloridos.
A direção é de Sébastien Laudenbach
E ainda tem “Garoto Fantasma”(Phantom Boy) dos franceses que
lançaram “Um Gato em Paris”:Jean Loup Felicioli e Alain Gasgnol. Aqui é a
tradição do desenho animado em uma trama cativante de um menino hospitalizado
que percebe poder voar e segue com um colega de enfermaria, ele voando e o
outro andando, atrás dos bandidos que ameaçam
a cidade (norte-americana).
Formalmente nada de novo, mas uma animação que se vê com
agrado. E de certa forma imaginosa.
Os filmes surgem no período em que “Coco”(Viva, a Vida é uma Festa") da PIXAR ganha
prêmios. E com razão. Mas é bom saber que um gênero especifico ganha campo
saindo da brincadeira infantil para agradar a todas as idades.
“Van Gigh” é
dos diretores Dorota Kobiela e Hugh
Welchman chefiando mais de uma centena de pintores nos estúdios poloneses. O projeto levou
seis anos de trabalho da equipe.
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