segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Animações

Duas animações saltam aos olhos : “Com Amor, Van Gogh” e “A Moça sem Mãos”. A primeira usa da técnica stop-motion colocando os desenhos acima das imagens de atores. Trata de uma intriga ficcional passada depois da morte do pintor  Vincent Van Gogh chegando à conclusão de que o óbito foi ocasionado pelo agravamento de um disparo de sua arma ignorado para tratamento por seu médico, um pintor fracassado. A segunda é uma exposição livre de um conto dos irmãos Grimm seguindo uma jovem que perdera as mãos tiradas por seu próprio pai em um pacto com o diabo. Conhecendo um príncipe de quem terá um filho não só ganha novas mãos como a posse de um castelo que ela acaba rejeitando quando o príncipe volta de uma guerra e é alvo de uma intriga que moldaram uma carta assinada por ele rejeitando a mulher. Os dois filmes de alguma forma inovam no gênero que a Disney domina nos EUA e a PIXAR , que acabou sendo parte da Disney, aprimora na imaginação de seus roteiros.
                “...Van Gogh” é um grande esforço estético com mais de 100 artistas pintando as personagens e “décor” com as cores dos quadros do mestre da pintura. Apesar de se apegar a um enredo típico de filme dramático com atores –e por aí exibe seus percalços, inclusive de ritmo- o filme maravilha pela evocação de uma arte nobre, sendo como se Van Gogh levasse à animação seus belos quadros.
                “A Moça sem Mãos”(La Jeune Fille Sans Mains) é cinema experimental em estado de graça. Traços esboçados jogam a trama em sequencia sem uma ordenação acadêmica. É cinema criativo, sem preocupação com a estética dramática tradicional. Quem já conhece o conto de onde veio o enredo não terá dificuldade em acompanhar a odisseia da camponesa sem mãos. Mas quem não sabe da historia talvez se atrapalhe se buscar uma trama bem urdida. Não é este o objetivo dos autores que pensam apenas em criar imagens novas, rascunhos que se juntam em fotogramas coloridos e descoloridos. A direção é de Sébastien Laudenbach
E ainda tem “Garoto Fantasma”(Phantom Boy) dos franceses que lançaram “Um Gato em Paris”:Jean Loup Felicioli e Alain Gasgnol. Aqui é a tradição do desenho animado em uma trama cativante de um menino hospitalizado que percebe poder voar e segue com um colega de enfermaria, ele voando e o outro andando, atrás dos bandidos que  ameaçam a cidade (norte-americana).
Formalmente nada de novo, mas uma animação que se vê com agrado. E de certa forma imaginosa.
Os filmes surgem no período em que “Coco”(Viva, a Vida é uma Festa") da PIXAR ganha prêmios. E com razão. Mas é bom saber que um gênero especifico ganha campo saindo da brincadeira infantil para agradar a todas as idades.



“Van Gigh” é dos  diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman chefiando mais de uma centena de pintores nos estúdios poloneses. O projeto levou seis anos de trabalho da equipe. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário