“A Forma da Água” (The Shap of Water ) está sendo endeusado
pela critica americana e o diretor Guillermo del Toro já coleciona prêmios. Vi
o filme e fiquei tentando achar essas palmas. Lembro de que em “A Bela e a Fera”,
certamente inspiração do diretor-roteirista , a Fera é o “príncipe encantado” e
no fim do conto volta a ser o galã de sua Bela. Aqui, no filme de Toro, é o
contrario, Bela vai a encontro de sua Fera no limite entre a vida e a morte. Os
dois são focalizados no fundo do mar, habitat da Fera, e isto quer ser um helo poético
como a dizer que a agua, fonte da vida, é o cenário paradisíaco que o ser
humano abandonou e se visto em terra
firme, com o físico de peixe, ganha a qualidade de relíquia cientifica, vivendo
em qualquer tipo de aquário. Enquanto isso a sua Bela é uma faxineira do laboratório
onde ele está, ela chamada Elisa(Sally Hawkins), muda e carente de afeto,
confiando na colega Zelda (Octavia Spencer) e dependendo de cientistas disponíveis
como Richard (Michael Shannon), no caso o vilão das historia que paradoxalmente
atira no seu precioso troféu e na apaixonada por este(pergunta-se que diabos
ele destrói o que glorifica seu trabalho e afinal o mantém vivo).
A trama
chega a ser ridícula e a condução linear lembra as B-pictures do tempo da
Monogram ou Republic, sem se apossar disso como gloria (a produção é cara a
julgar pelos elementos cenográficos).
Nada no
filme faz o espectador refletir sobre “a beleza do feio” como escreveu Mme
Leprince de Beaumont e Jean Cocteau tão
bem abordou no cinema com Jean Marais.
Até a estrutura do homem-peixe é coisa de carnaval.
Não sei
sinceramente o que os senhores críticos da terra do filme aplaudiram tanto. O
trash serviu ao filme de James Franco “O Artista do Desastre”(também ovacionado
agora). É o caso de lembrar Ed Wood e ajustar as coisas dizendo que o ruim é
que é o bom. Será mesmo ? Em “A Forma da Agua “não há nem o ritmo de diversão
que se via num “Monstro da Lagoa Negra”(Creature of Black Lagoon). Por sinal
que o espécime editado por Del Toro lembra o tipo do filme de Jack Arnold (que
eu achava merda mas que agora me parece muito bom depois de ver esta ‘...Água”).
Podem
apostar que vai chegar aos nossos cinemas de shopping.
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