sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Pretensão Afogada

“A Forma da Água” (The Shap of Water ) está sendo endeusado pela critica americana e o diretor Guillermo del Toro já coleciona prêmios. Vi o filme e fiquei tentando achar essas palmas. Lembro de que em “A Bela e a Fera”, certamente inspiração do diretor-roteirista , a Fera é o “príncipe encantado” e no fim do conto volta a ser o galã de sua Bela. Aqui, no filme de Toro, é o contrario, Bela vai a encontro de sua Fera no limite entre a vida e a morte. Os dois são focalizados no fundo do mar, habitat da Fera, e isto quer ser um helo poético como a dizer que a agua, fonte da vida, é o cenário paradisíaco que o ser humano abandonou e se visto em  terra firme, com o físico de peixe, ganha a qualidade de relíquia cientifica, vivendo em qualquer tipo de aquário. Enquanto isso a sua Bela é uma faxineira do laboratório onde ele está, ela chamada Elisa(Sally Hawkins), muda e carente de afeto, confiando na colega Zelda (Octavia Spencer) e dependendo de cientistas disponíveis como Richard (Michael Shannon), no caso o vilão das historia que paradoxalmente atira no seu precioso troféu e na apaixonada por este(pergunta-se que diabos ele destrói o que glorifica seu trabalho e afinal o mantém vivo).
                A trama chega a ser ridícula e a condução linear lembra as B-pictures do tempo da Monogram ou Republic, sem se apossar disso como gloria (a produção é cara a julgar pelos elementos cenográficos).
                Nada no filme faz o espectador refletir sobre “a beleza do feio” como escreveu Mme Leprince de Beaumont  e Jean Cocteau tão bem abordou no cinema com  Jean Marais. Até a estrutura do homem-peixe é coisa de carnaval.
                Não sei sinceramente o que os senhores críticos da terra do filme aplaudiram tanto. O trash serviu ao filme de James Franco “O Artista do Desastre”(também ovacionado agora). É o caso de lembrar Ed Wood e ajustar as coisas dizendo que o ruim é que é o bom. Será mesmo ? Em “A Forma da Agua “não há nem o ritmo de diversão que se via num “Monstro da Lagoa Negra”(Creature of Black Lagoon). Por sinal que o espécime editado por Del Toro lembra o tipo do filme de Jack Arnold (que eu achava merda mas que agora me parece muito bom depois de ver esta ‘...Água”).

                Podem apostar que vai chegar aos nossos cinemas de shopping.

Nenhum comentário:

Postar um comentário