“The
Post”(Guerra Secreta), novo filme de Steven Spielberg, segue a linha de “Todos
os Homens do Presidente”(All the President’s Men), de Robert Mulligan,
retratando um episodio da historia politico-jornalística dos EUA, ali
reportando o Caso Watergate ou a invasão do espaço do Partido Democrata pelos
republicanos do então presidente Nixon (fato que levou a abdicação deste).Aqui
é a Guerra do Vietnam. Alimentada pelos governos desde Eisenhower, seguindo até
mesmo o democrata John Kennedy, a luta nas matas asiáticas servia à imposição
governamental estadunidense contra o comunismo e paralelamente a interferência
no governo do Vietnam do Sul, capitaneando a propaganda da força americana na
área e com isso a ideia de que o mundo dependia dos EUA. Não importa se para a
propaganda se usasse vidas humanas (soldados que morriam em série) e uma
improvável vitória. Valia apenas a imagem de um governo capitalista forte.
O filme
atual soma-se a tantos que criticaram especialmente o governo Nixon. Retrata a
disputa dos jornais Washington Post e New York Times pelos documentos do Pentágono
que diziam do oportunismo que cercava a campanha bélica no Vietnam. O roteiro
de Liz Hannahh e John Singer começa com uma sequencia da guerra onde muitos
soldados americanos morrem na mata alvejados pelos chamados vietcongs. O homem
que escapa segue para Washington e é quem vai contar os fatos, embora contestado
desde a viagem pela autoridade governamental. Este documento é que chega
primeiro ao “...Times”, em seguida censurado e proibido de continuar
publicando-o, e acaba nas mãos do “...Post” que é quem se focaliza com mais
detalhes, seguindo a dona do jornal, Kay Grahan (Meryl Streep excelente) que
frequentava a alta roda da sociedade americana da época ( e sentia não ter sido
convidada para o casamento da filha do presidente), herdeira do jornal com a
morte do pai, ela que acaba deixando que os fatos sejam publicados
arriscando-se não só à censura estatal como a do concorrente por assumir
matéria que era dele.
Tom
Hanks , ator dos preferidos do diretor, também se apresenta brilhante como o
jornalista do “...Post” que ousa a publicação proibida.
Uma
produção cara, com recriação da época até numa sequencia de tribunal, o filme não
deve ser popular em países fora dos EUA ou quem desconheça o dado histórico.
Mas é muito bem realizado e advoga a liberdade de imprensa na oportunidade que
se oferece agora no governo Trump onde os jornais são alvos da “zanga” do
republicano milionário (e intelectualmente criticado ao extremo).
Candidato
aos Oscar de filme e atriz fa merecedor. Não se sabe é por que Spielberg ficou
de fora. Não é a primeira vez que se faz isso com ele. E o cineasta é um dos
que mais vende cinema.
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