segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

The Post,- A Guerra Secreta

                “The Post”(Guerra Secreta), novo filme de Steven Spielberg, segue a linha de “Todos os Homens do Presidente”(All the President’s Men), de Robert Mulligan, retratando um episodio da historia politico-jornalística dos EUA, ali reportando o Caso Watergate ou a invasão do espaço do Partido Democrata pelos republicanos do então presidente Nixon (fato que levou a abdicação deste).Aqui é a Guerra do Vietnam. Alimentada pelos governos desde Eisenhower, seguindo até mesmo o democrata John Kennedy, a luta nas matas asiáticas servia à imposição governamental estadunidense contra o comunismo e paralelamente a interferência no governo do Vietnam do Sul, capitaneando a propaganda da força americana na área e com isso a ideia de que o mundo dependia dos EUA. Não importa se para a propaganda se usasse vidas humanas (soldados que morriam em série) e uma improvável vitória. Valia apenas a imagem de um governo capitalista forte.
                O filme atual soma-se a tantos que criticaram especialmente o governo Nixon. Retrata a disputa dos jornais Washington Post e New York Times pelos documentos do Pentágono que diziam do oportunismo que cercava a campanha bélica no Vietnam. O roteiro de Liz Hannahh e John Singer começa com uma sequencia da guerra onde muitos soldados americanos morrem na mata alvejados pelos chamados vietcongs. O homem que escapa segue para Washington e é quem vai contar os fatos, embora contestado desde a viagem pela autoridade governamental. Este documento é que chega primeiro ao “...Times”, em seguida censurado e proibido de continuar publicando-o, e acaba nas mãos do “...Post” que é quem se focaliza com mais detalhes, seguindo a dona do jornal, Kay Grahan (Meryl Streep excelente) que frequentava a alta roda da sociedade americana da época ( e sentia não ter sido convidada para o casamento da filha do presidente), herdeira do jornal com a morte do pai, ela que acaba deixando que os fatos sejam publicados arriscando-se não só à censura estatal como a do concorrente por assumir matéria que era dele.
                Tom Hanks , ator dos preferidos do diretor, também se apresenta brilhante como o jornalista do “...Post” que ousa a publicação proibida.
                Uma produção cara, com recriação da época até numa sequencia de tribunal, o filme não deve ser popular em países fora dos EUA ou quem desconheça o dado histórico. Mas é muito bem realizado e advoga a liberdade de imprensa na oportunidade que se oferece agora no governo Trump onde os jornais são alvos da “zanga” do republicano milionário (e intelectualmente criticado ao extremo).

                Candidato aos Oscar de filme e atriz fa merecedor. Não se sabe é por que Spielberg ficou de fora. Não é a primeira vez que se faz isso com ele. E o cineasta é um dos que mais vende cinema.

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