terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Atomica

            “Atomica”(Atomic Blonde) passou nos cinemas locais e eu não fui ver, preferindo me resguardar do gênero(ação), hoje mola mestra do cinema industrial, crente de que é  o que os jovens gostam e pagam ingresso. Vi agora em casa (dvd) e me surpreendi com alguns achados.
O roteiro é adaptação dos quadrinhos, “The Coldest City“, escritos por Antony Johnston e Sam Hart. Não o conheço. Mas pelo filme percebe-se que é da faixa de privilegia a mulher, tirando-a da praxe de “ajudante do mocinho”. Aqui a heroína é uma espiã ligada a CIA que vai agir na Berlim do final do muro que separava a cidade, é sobretudo boa de briga. O objetivo é conseguir uma lista de nomes ligados aos soviéticos que não desejavam o fim da autoridade do setor oriental , alimentando a guerra fria com os EUA chefiando. O contato não é fácil e a heroína vê-se alvo de assassinos profissionais. É muita pancadaria e desta vez as mulheres batem como os marmanjos e saltam como atletas olímpicos.
            O final deixa brecha para uma série; Charlize Theron dá margem a isso. Sua Lorraine é mais ativa do que a Mulher Maravilha de outros gibis. Claro que a trama é fantasia a molho pardo e nada de mal acontece à espiã. Cabe até a paráfrase ao texto de John LeCarré, “O Espião que Veio do Frio” ,  e que deu um filme de Martin Ritt em 1955. Mas o que preside este “Atômica” é a ação pela ação. E isto a direção de David Letche consegue. E Charlize assume. Valem os dois pela hora e cinquenta que se passa assistindo a proeza.

            Não sei se suportaria a coisa na sala gelada de um shopping. Em casa é melhor do que um episodio de TV . Pelo menos não dá sono.

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