“O Touro Ferdinando”(Ferdinand) tem a direção do carioca
Carlos Saldanha(das “A Era do Gelo”) e lembra o que Dalton Trumbo escreveu para
“Arenas Sangrentas”(The Brave One)de Irving Rapper(1956) filme ganhador do
Oscar de roteiro (que usava pseudônimo pois o escritor estava banido pelo macarthismo).
Ali como aqui o touro é o herói na arena (o vilão, obviamente, é o toureiro).
Mas o personagem apaixonado por flores eu conhecia de uma historia que li em
criança, não sei se da fauna Disney. A
garotada da época chamava o touro de “bicha”, e o animal simpático vencia
diversos obstáculos para ficar com seu dono. Aqui, no roteiro da animação de
Saldanha, com mais de 5 autores, é uma menina que gosta do animal desde
criança(ele cresce e ela permanece pequenina). Tudo muito simpático e o filme
numa linguagem dinâmica evidencia os bons propósitos que partem da amizade
humana até a de animal para animal com o touro ajudando colegas nem sempre simpáticos.
O filme
só não cativa a plateia com unanimidade porque perde muito tempo em “papo
furado”do touro com coleguinhas nos bastidores da arena. Também apresenta
figuras que não cativam os espectadores. Com uma abertura excelente cai no
segundo ato e só se recupera no final quando o embate com um “toreador”
extremamente feio e desajeitado exibe momentos de ótima comicidade como o pano
vermelho preso no chifre do Ferdinando e ensejando um verdadeiro balé cômico.
Saldanha
ganhou o trono da Blu Sky, empresa de desenhos animados ligada a 20th Century
Fox. Seu novo filme faturou bem no mercado de origem e chegou a concorrer ao
Globo de Ouro. Interessante notar que tanto ele como “Coco”(“Viva, a Vida é uma
Festa”) exploraram folclore hispano (um no México outro em Madri). Feliz coincidência.
Por sinal que Saldanha já mostrou o Brasil em “Rio” onde uma arara fazia a
festa.
Bom
programa mesmo sem o som original.
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